Abedesign oficializa projeto Design Transversal
Durante três dias, a Abedesign (Associação Brasileira de Empresas de Design), em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), realiza em São Paulo a Brasil Design Week. Até o fim desta quarta-feira (6), o evento terá promovido 12 palestras que destacam cases nacionais e internacionais, além de exposição de trabalhos e debates sobre a situação do profissional da área em diversas regiões brasileiras. Nesta segunda-feira (4), a entidade aproveitou o encontro para anunciar o lançamento do projeto Design Transversal, cujo objetivo é conscientizar empresários de segmentos variados sobre a importância do design em suas estratégias de negócios.
“Este é um tema há muito tempo na pauta da Abedesign. A Apex nos apoia no sentido de exportação do talento brasileiro. Porém, entendíamos que toda a cadeia nacional precisava melhorar seu aspecto competitivo e produtivo, até para destacar-se internacionalmente. Com base nisso, construímos um projeto que prevê um subsídio de R$ 50 mil, via recursos da Apex, para as empresas que se sensibilizaram com a questão. Em contrapartida, as envolvidas se comprometem em investir, no mínimo, outros R$ 50 mil na valorização do design na sua estratégia”, declara Gian Franco Rocchiccioli, diretor da Abedesign. Ele frisa que o projeto se destina, sobretudo, às médias empresas de todo o país.
Também na segunda, foi entregue o Brasil Design Award, prêmio que reconhece a capacidade criativa e identifica os melhores expoentes do setor. Nesta edição, os destaques foram a Casa Rex e a Natura, que receberam, respectivamente, os Grands Prix de Escritório do Ano e Projeto do Ano.
Storytelling
Convidada do evento nesta terça-feira (5), Tokie Esaka, gerente de criação da Disney Brasil, promoveu uma apresentação com lotação máxima sobre os fatores que mantêm a empresa há 90 anos entre os maiores contadores de histórias do mundo. “Seguimos quatro pilares de trabalho, sempre tendo como meta despertar a emoção do público, seja por meio de nossas produções cinematográficas ou de produtos licenciados, que muitas vezes trazem à tona, em adultos de todas as idades, a nostalgia agradável da infância”.
Segundo Tokie, todo desenvolvimento de trabalho deve levar em consideração o nascimento de uma história impossível. “Temos como exemplo forte ‘O Rei Leão’. Sabemos que personagens, situações e cerimoniais são fantasiosos, mas desativamos o racional em prol do emocional. Isso é o que sempre tentamos fazer”, explicou. Os outros três pilares são: cuidado com os detalhes, o que envolve pesquisas extensas e inspirações que, muitas vezes, vêm da realidade; tecnologia invisível, como a que possibilitou o movimento independente das roupas dos personagens de “Monstros S.A.”; e linguagem universal.
A todo o tempo, a Disney também estuda consumidores e mercado, o que se reflete na modernização de suas histórias, personagens e produtos e na adequação de filmes específicos a países bem diferentes de onde se passa a história original, como “Frozen”, próximo lançamento da companhia a estrear no Brasil. “A protagonista vive no frio da Noruega, e a produção estreia no verão brasileiro. Na comunicação, brincaremos com a ideia de que ‘Frozen’ congelou diversos pontos do país”.