Abraji lança ferramenta em prol da liberdade de expressão

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), em parceria com o Instituto Palavra Aberta, lançou nesta terça-feira (26) a plataforma colaborativa CTRL+X. Trata-se de um banco de dados de todas as ações judiciais que obrigam a remoção de conteúdos da internet veiculados pela imprensa, comunicadores, blogueiros e outros.

Segundo Patrícia Blanco, presidente do Palavra Aberta, a ideia é reunir as ações sofridas pelos veículos e saber se está havendo cerceamento à liberdade de expressão.

Ela contou que a ferramenta dá continuidade à iniciativa da Abraji “Eleição Transparente”,  lançada ano passado, que acompanhou ações na época do período eleitoral

“Naquela época, tivemos uma boa participação dos veículos de comunicação que sofreram ações na justiça, e imaginamos que agora, no ambiente mais aberto, consigamos monitorar no Brasil todos os casos similares”.

Para Tiago Mali, coordenador do projeto e jornalista da Abraji, o objetivo do mapeamento da “Eleição Transparente” foi de fundamental importância para mostrar quem recebia as ações. “A pessoa se cadastrava e especificava: ‘fui acionado judicialmente pelo candidato x, partido y, no estado de São Paulo, sob alegação disso e isso’ e aí colocava os dados sobre a ação judicial, dando a transparência necessária”.

Segundo ele, com a mesma lógica, a CTRL+X consegue informar detalhes similares. “A plataforma mostrará quais são os jornalistas e veículos que mais estão sendo acionados na Justiça, caracterizando os tipos de conteúdo removidos, como vídeos e imagens. Além disso, recursos adicionais estarão presentes, como períodos de tempo em que as ações acontecem com maior frequência, já que às vezes tem picos, porque talvez a empresa ou a pessoa esteja sem escritório de advocacia no momento, então identificaremos isso também”.

Segundo o executivo, a iniciativa tem como meta ser usada por muitos dos envolvidos no processo, além de servir para identificar e divulgar esses casos de cerceamento da liberdade de expressão e da liberdade de informação pelo uso sistemático de processos na justiça.