Ações governamentais são lentas, diz diretor da Rio+20

O francês Brice Lelonde, da ONU (Organização das Nações Unidas), diretor executivo da Rio+20, a conferência sobre o meio ambiente que acontecerá no Rio de Janeiro, em junho, acaba de fazer sua apresentação no Fórum Mundial de Sustentabilidade de Manaus, que teve início nesta quinta-feira (22). Gesticulando muito, com um discurso relativamente defensivo, porém pragmático, ele de cara se apresenta dizendo que “não sou o diretor” da Rio+20. “Sou o coordenador. Os diretores serão os 193 países que estarão representados na conferência”.

Lelonde ressaltou que não se pode esperar da Rio+20 um “palco de negociações governamentais”. “As ações governamentais são muito lentas”, ele criticou, ressaltando que rapidez e praticidade são fundamentais na proposta de soluções para o meio ambiente. Lelonde afirma, por exemplo, que dentro de 15 anos poderá faltar água no mundo. “O que você está fazendo para isso? O que estamos fazendo? Como estamos nos organizando para a falta de água, de comida ou de energia?”.

Brice Lelonde também destacou que a maioria dos países está, neste momento, realizando discussões para finalizar o que seria o “rascunho” da declaração que será o documento oficial da Rio+20. Além da declaração, ele diz que o encontro é importante para integração e para comprometimento. “Não venha para a Rio+20 se você não tiver um compromisso”. A integração à qual ele se refere envolve o governo, a sociedade e as empresas.

Lelonde também afirmou que a Rio+20 representa uma grande oportunidade para o Brasil. “A grande verdade é que não existe uma liderança internacional na questão ambiental. Essa é uma chance para o Brasil.”