Acusado de racismo, Itaú nega e alega "procedimento padrão"
A sexta-feira (31) começou com Itaú e a #ItauRacista nos trending topics no Twitter. O banco foi acusado de racismo por uma cliente, após ela ser impedida de retirar seu próprio dinheiro.
A empreendedora Lorenna Vieira, casada com o DJ Rennan da Penha, denunciou o caso em suas redes sociais e registrou um boletim de ocorrência. À imprensa ela informou que foi desbloquear um cartão e sacar R$ 1.500, mas foi impedida no banco, que chamou a polícia, e que na delegacia foi tratada com deboche.
Pelo Twitter ela contou que foi retirada do banco pela polícia e que foi “humilhada e esculachada” por sua conta “receber um bom dinheiro”. “Meu dinheiro está preso e eu quase fui presa por nada. Não é porque eu sou preta e humilde que eu sou criminosa”, escreveu. “Me fizeram esperar até o banco fechar, dizendo que estavam resolvendo meu problema e chamaram a polícia”, completou.
Pelo Instagram, Lorenna detalhou o caso e afirmou que irá cancelar sua conta e processar o banco.
Em nota, o Itaú pediu desculpas e afirmou que o procedimento adotado é “padrão em casos de fraude”. “O Itaú Unibanco lamenta e se desculpa pelos transtornos causados a Lorenna Vieira nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, e vem tentando contato com ela para resolver a situação. O Itaú Unibanco esclarece que o procedimento adotado na agência é padrão em casos de suspeita de fraude, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. O objetivo era proteger os recursos de Lorenna de possível fraude, uma vez que já havia um bloqueio preventivo de sua conta corrente e era difícil identificá-la com o documento apresentado no caixa. O Itaú Unibanco acredita que toda forma de discriminação racial deve ser combatida”, diz o posicionamento da empresa.
O marido de Lorenna ironizou a nota emitida pelo banco.
Os comentários que usam a hashtag contra o banco têm mensagens pedindo respeito e justiça, além de questionar a justificativa dada pelo banco. “O procedimento padrão em caso de suspeita de fraude é segurar o cliente e depois chamar a polícia?”, escreveu um. “A comunidade negra brasileira precisa se mobilizar contra empresas que não consideram nossa existência, deixando de consumir seus serviços e procurando empresas com mais representatividade”, afirmou outra.
Pelo Twitter, internautas estão relatando outros casos e afirmando que vão cancelar suas contas.
Famosos como Felipe Neto e Gregorio Duvivier também cobraram posicionamento da instituição.