A Africa quer ficar mais internacional. A agência já veiculou no exterior campanhas para a Vale e Caninha 51. A partir desta semana, os filmes e “Porquinhos”, criados para a ONG Endeavor a fim de difundir o empreededorismo, iniciam flight nos Estados Unidos e em outros países de língua inglesa. A adaptação dos comerciais foi feita pela Pixel Labs e o áudio pela Panela.
Para materializar o objetivo, a Africa está consolidando reestruturação na sua área de criação. A partir de agora, Sergio Gordilho, sócio e vice-presidente desta divisão da agência, passa a ter a companhia do redator Marcelo Aragão. Eles formarão dupla e serão responsáveis pela coordenação geral da criação. Abaixo deles, os diretores de arte Eduardo Martins e Paulo Pretti serão, respectivamente, diretores de criação executivos de mídia eletrônica e impressa. Pretti formará dupla com Ana Castelo Branco e Martins com Carlos Fonseca.
Ao todo a criação da Africa comporta 58 profissionais, dos quais 11 duplas. Essa seniorização, por assim dizer, também supre parcialmente a ausência de Nizan Guanaes, presidente da Africa e do Grupo ABC, da criação da agência. Guanaes está cada vez mais envolvido com os negócios do grupo, como a área C (Conteúdo) que trata de eventos como o Claro Rio Summer e ampliar participação societária do ABC na DM9DDB. O ABC tem receita anual de aproximadamente R$ 400 milhões e está capitalizado para aquisições, segundo fonte do propmark.
“Não temos uma divisão clássica, mas o Pretti vai cuidar especificamente de Grendene, Philips e Suzuki e o Martins da Brahma e outras marcas da Ambev”, disse Gordilho. “É importante que os nossos criativos não sejam somente líderes, mas que consigam trabalhar como criadores no dia-a-dia, mantendo a qualidade que a Africa entrega para seus clientes. Além disso, vão permitir que eu consiga olhar ainda mais para o trabalho criativo da agência como um todo”, ele acrescentou. “Não dá para chamar exatamente de desafio chegar à Africa. Considerando-se o portfólio de clientes e o alto nível das equipes disponíveis para atendê-los, todo o meu trabalho acaba sendo mais fácil”, afirmou Aragão.
Nessa reformulação, Gordilho também contempla a contratação de um diretor de criação digital. Essa área da agência, que ele chama de “terceira casinha”, está em observação desde a saída de Suzana Apelbaum para montar a Hello Interactive. Além de avaliar currículos de nomes brasileiros, contratou a Thread, empresa norte-americana de headhunter, para identificar profissionais do mercado internacional interessados em trabalhar no Brasil. Para área de produção, Gordilho também quer inovar. Ele está pensando em trazer um diretor de fotografia consagrado para atuar no RTVC. Além de um outro olhar, idéia é trabalhar com produtoras internacionais, como as vizinhas da Argentina.
“Recentemente fiz visitas ao David Droga, na Droga 5, e ao Mike Byrne, na Anomaly, e tirei algumas conclusões as quais pretendo usar nesse novo momento. Com mais tempo, a qualidade cresce”, argumentou o vp de criação da Africa.
Outra função da nova estrutura de criação é ficar atenta aos processos de inovação gerados pelas novas tecnologias. Gordilho cita profissionais de motion graphics como uma novidade nas estruturas de criação. “Em todas as atividades temos que ser muito criativos, mesmo nas chamadas linhas de produção”.
Por Paulo Macedo