Cinco anos atrás, Fábio Barreto decidiu se tornar empresário no Rio de Janeiro. Redator por formação, já atuava como diretor de criação em agências cariocas e, cheio de sonhos, fundou a Sides, com o conceito “ambidestra”: capaz de ser, na mesma medida, analógica e digital. Nesta entrevista, Barreto faz um balanço dessa jornada e comenta a dor e a delícia de se manter pequeno. Ele comemora crescimento sólido e clientes como Brittania, Emccamp, Unicarioca e Arcofoods. Segundo Barreto, 2017 foi o melhor ano da Sides, que ele define como “a maior agência pequena do Rio”.

PEQUENA
A agência pequena é uma escolha natural de clientes que exigem agilidade. É uma escolha recorrente de clientes que se sentem pouco prestigiados em agências maiores. E hoje é uma escolha potencializada pelas circunstâncias: a crise fez com que as estruturas de marketing revissem parcerias, processos, prioridades, e isso abriu espaço para que as menores entrassem também no radar de grandes empresas.

CURADORIA
A comunicação continua como sempre: exigindo como nunca. Nossa parabólica segue captando tendências e atualizações, mas com um volume de conteúdo que aumenta exponencialmente. Por isso, hoje o nosso papel envolve a curadoria: analisar e pinçar o que, de fato, importa para quem importa. Parece simples, mas, no dia a dia repleto de novas possibilidades de investimento e discursos de retorno sempre tentadores, o papel de curador é duro, combativo, questionado, porém insubstituível.

URGÊNCIA
Acho que ser uma agência menor traz um senso de urgência maior. Não temos gordura, não podemos viver de aparência, não temos uma garrafa de oxigênio cheia. Precisamos de um acerto atrás do outro. Precisamos ser mais Uber e menos táxi: atender melhor, entregar melhor e custar melhor para o cliente.

AMBIDESTRA
A Sides não precisou se reinventar, não sofreu para rever formatações já estabelecidas. Nós nascemos ambidestros: misturamos inteligências digitais e analógicas desde sempre. Por mais que a agência esteja dividida formalmente por departamentos e possua funções técnicas bem definidas, o DNA do pensamento integrado está disseminado. O que predomina é a busca pela melhor solução. Seja em uma mídia convencional ou uma estratégia online. Aqui pode ser uma coisa de cada vez ou tudo ao mesmo tempo agora.

PERTINÊNCIA
Quando eu era criança e usava o argumento de que “todo mundo” está fazendo-querendo-comprando alguma coisa, minha mãe simplificava: você não é todo mundo. Lembro disso quando percebo esses movimentos. Todo mundo fazendo algo não significa automaticamente que seja bom fazer também. Pertinência é a palavra. É o Graal. Tudo depende do que está sendo exigido e da viabilidade dentro do negócio. Se precisamos montar um departamento novo ou absorver uma expertise diferenciada, nós estudamos a real necessidade e o modo mais inteligente de viabilizar isso. Sem modismos ou imediatismos.

ESTABILIDADE
Nos nossos cinco anos de vida da Sides, com uma governança equilibrada e inteligente, construímos um bem valioso: a estabilidade. Crescemos de forma sólida e constante. Ano após ano. Isso nos capacitou a galgar degraus mais altos e nos motivou a arriscar, ir em frente, mesmo com a tormenta que o mercado enfrentava. Seguimos na contramão e os resultados vieram. Fomos um oásis no meio de uma terra árida.

2018
Este ano, queremos superar 2017, que foi nosso melhor ano. A gente não pode dirigir olhando para o retrovisor, mas, sem dúvida, nossa performance de crescimento ano após ano nos anima para 2018. E como expectativa não ganha jogo, já começamos o ano com o pé fundo no acelerador, contratando novos talentos e participando de três processos de concorrência.

RELEVÂNCIA
Manteremos nossa relevância entendendo de gente. Tudo continua girando em função disso. As técnicas, os novos canais, as inovações disruptivas, os influenciadores, os apps, as quebras de paradigma… tudo para interpretar, conquistar, atender as pessoas. Falamos de consumidores, players e clientes, mas por trás dessas nomenclaturas são pessoas de carne e osso. Com suas inseguranças, seus anseios, suas responsabilidades. Com seus planos, suas limitações, suas chatices. Gente. E precisamos continuar sendo os especialistas em gente. Que sabe contar uma história, falar ao cérebro ou tocar o coração.

STORYTELLING
Hipervalorizou-se o storytelling. De “processo”, ele se transformou em “ferramenta”. Assim, uma antiga forma de expressão ganhou contornos de vanguarda. E o pior: em muitos casos, veio sendo muito malconduzida, com histórias falsas, rasas, e alinhando-se a causas sem um propósito bem definido. Contar boas histórias, entreter e seduzir sempre fez parte do escopo de quem quer preservar a vida nesse negócio.

GRANDE PEQUENA
A Sides é hoje a maior agência pequena do Rio. Ou a menor agência grande. Nossa trajetória foi muito marcada pela efetividade nas prospecções. Sempre geramos muitos negócios. Isso ajudou a criar uma base sólida de crescimento e uma imagem positiva no mercado. Temos clientes de todos os portes e segmentos, atuando em todas as plataformas. Esse volume frenético de contas e de projetos exigiu e possibilitou a montagem de um grupo que entrega e, principalmente, que se entrega.

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