A lei do maior esforço traz recompensas. Afinal, ter produtividade elevada propicia melhores resultados financeiros. No caso da Africa, eliminar refação é o conceito que monitora sua operação e o volume contabilizado não ultrapassa os 15%, considerado bom pelo copresidente e CEO Marcio Santoro, que divide o comando da agência com Sergio Gordilho.

“Fazer de novo custa muito caro, mas ninguém consegue trabalhar com erro zero. Por outro lado, refazer consome muita energia. Assertividade é uma busca permanente e isso exige mais disciplina para não comprometer o banco de horas acertado com o cliente cujo estoque precisa ser bem usado para não ir para o lixo”, explicou Santoro.

Além do comprometimento, Santoro destaca que a busca pela produção assertiva envolve compreensão exata dos dados disponíveis antes de formalizar um projeto. Em sua opinião, isso faz diferença entre refação e correção. “Quando temos uma campanha com seis filmes e quatro performam muito bem, é natural se colocar mais recursos no que está tendo performance elevada. Nos demais fazemos as correções necessárias de acordo com as informações que chegam”, disse o executivo.

Apesar de o ano de 2019 ter gerado crescimento de 10% em relação a 2018, Santoro enfatiza que as margens estão cada vez mais enxutas. Consequentemente, a cobrança por ROI é multiplicada. E, de acordo com Santoro, deve abranger a expectativa do controlador e da qualidade interna.

“Não é mais como há 10 anos. A palavra perdulário não tem mais espaço no dicionário do negócio da propaganda. De outra maneira, a agência simplesmente quebra. O que não podemos desperdiçar é talento. Que estão cada vez mais diversificados. Acabamos de contratar dois engenheiros que se misturam a sociólogos, cientistas e outros perfis que antes não faziam sentido em uma agência. Montar times estratégicos e com olhar apurado para o cliente é uma meta que me desafia. Este ano tivemos de trocar mais de 50% da equipe para atender ao novo modelo de gestão de marcas”, observou Santoro.

A principal fonte de crescimento da Africa é o cliente que já está no seu portfólio de negócios. “Nós participamos de concorrências, sim, mas não podemos comprometer profissionais que estão envolvidos com os nossos clientes para trabalhar em concorrências. Não seria honesto da nossa parte usar o recurso que o cliente paga para colocá-lo à disposição de pitchs. Quando somos convidados, e aceitamos, montamos equipes para esse fim. Que correm risco junto com a Africa. Se ganharmos a conta negociamos a contratação da equipe”, ponderou.

A conquista do Grupo Duratex (Deca, Hydra, Durafloor, Duratex, Ceusa e Portinari), cujo contrato foi assinado neste mês, foi uma das concorrências que a Africa participou. A gestão vai ficar sob a responsabilidade da unidade Africa Corporate e Varejo. Santoro, no entanto, enumera a progressão que ocorreu ao longo de 2019, uma delas o crescimento na Vivo que unificou sua comunicação na Africa e Y&R.

“Concentramos a maior parte dos projetos da Vivo, onde também conquistamos a Fundação Telefônica”, frisou. Santoro acrescenta: “Com Natura construímos a nova narrativa de marca #PorUmMundoMaisBonito, além de estarmos reposicionando a linha Ekos na América Latina (Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Mexico). No Itaú conquistamos o ITI, novo banco digital da marca, e fomos responsáveis pelo lançamento do produto no mercado. Para a BRF criamos o posicionamento Quanto mais você conhece, melhor a Sadia fica. Tínhamos a conta de Qualy, mas ampliamos para a Sadia com trabalho inicial para a linha de frangos. Agora fizemos o Natal 360°. Como disse, o primeiro foco de crescimento é no cliente que já está em casa”, finalizou Santoro.