A execução criativa dentro de uma agência de publicidade também precisou se adaptar por conta do isolamento social causado pela Covid-19 nas últimas semanas. Os profissionais buscam diversas opções e ideias para continuar atendendo os clientes e, assim, entregar ações e campanhas.

Mas já que existem muitas ideias na cabeça, o que será que buscam os anunciantes neste momento delicado da economia e do mundo? Para Pernil, diretor executivo de criação da AlmapBBDO, é nítida a preocupação e o compromisso de vários clientes em participar e ajudar as pessoas neste período de pandemia. Confira abaixo trechos da entrevista.

Como têm funcionado a área de criação da agência em tempos de distanciamento?

No momento, não apenas a criação, mas 100% da agência trabalha remotamente, de casa. É uma experiência nova pra todos, assistentes, duplas, diretores de criação. E, apesar do stress e da enorme preocupação com a saúde e economia – individual e do país -, acho que vamos descobrir processos interessantes e diferentes, de criar, apresentar, trabalhar coletivamente à distância.

Sabemos que muitos criativos trabalham em duplas, mas com cada um na sua casa, como funciona este processo?

Acho que tudo é muito caso a caso. Mesmo na agência, tem gente que trabalha melhor em dupla ou trios numa salinha. Tem gente que trabalha com fone de ouvido no último volume ou pelter. Ou seja, tudo depende da característica de cada um. E, além disso, hoje entra em jogo um outro fator fundamental: se a pessoa mora sozinha, com alguém, se tem filhos, se divide tarefas, espaço, internet, etc. Hoje, apesar de a gente falar em home office, o que as pessoas vivem na prática é um home all (com perdão do trocadilho): cuidar da casa (limpar, cozinhar, lavar), dos filhos, cachorros, porquinhos da índia, etc, etc, etc e, ainda por cima, TRABALHAR. Por isso, mais do que nunca, é preciso a exercitar nossa empatia com cada pessoa da agência a todo momento.

O que buscam os clientes agora?

Tudo depende muito da área de atuação – para imensa maioria das empresas, é claro, a pergunta é:  Como sobreviver em tempos de crise?. Mas uma coisa que eu tenho achado muito bacana é a preocupação e o compromisso de vários clientes em participar e ajudar as pessoas nesse momento. Pessoas de dentro e fora da empresa. Isso passa por clientes que criam plataformas informativas, que doam produtos de higiene e limpeza, que oferecem passagens grátis ou roupas para médicos e profissionais de saúde e que, obviamente, mostram um enorme compromisso com funcionários, fornecedores e com a sociedade.