Rapha Barreto e Rui Piranda uniram expertises em criação e planejamento para fundar a ForAll, há três anos, e comemoram resultados

Com três anos de operação, a ForAll, dos sócios Rapha Barreto e Rui Piranda (ambos ex-FCB), venceu três concorrências dentro da J&F Investimentos, controladora de empresas como Flora, JBS e Banco Original. Às vésperas do fim de 2019, a agência levou a conta da Flora (que tem 17 marcas, como Minuano e Albany). Barreto considera a conquista um strike, já que a agência havia ganhado antes duas contas do grupo, no segundo semestre.

“Primeiro, a gente conquistou a conta digital da Friboi (não tinha uma agência específica cuidando de digital) e daí a Swift (a conta estava na Raí) convidou a gente para participar de uma concorrência, que ganhamos também, e depois veio a Flora (que estava na ID). Demos um strike. São todas marcas do mesmo grupo”, comemora Rapha Barreto, que foi VP de planejamento na FCB.

Ele afirma que só agora se sentem confortáveis em se colocar como player no mercado de agências. “Nesse último ano, a gente cresceu em torno de 15%, houve uma desaceleração de investimento de alguns clientes, mas que foi compensada por essas conquistas que chegaram no último trimestre”.

Piranda, ex-diretor-executivo de criação da FCB, ressalta que a expectativa é crescer o dobro em 2020, pois o mercado está tendo muita dança das cadeiras. “O último trimestre de 2019 foi muito movimentado em novos negócios. Eu acredito que vai ser um bom ano. A perspectiva é boa, porque está tendo bastante dança das cadeiras. Acho que o mercado publicitário demorou muito para reagir, o que, na minha opinião, fere um pouco a confiança do próprio cliente. Por isso, muitas vezes os clientes optam por uma agência menor porque estão buscando a transformação”.

Segundo o criativo, a ForAll participa de concorrências diversas, como Smiles e XP Investimentos. A agência conta com um time de 30 profissionais diretos (além de colaboradores externos) e tem em seu portfólio marcas do porte de Itaú, Nestlé, Neoquímica e Colégio Visconde de Porto Seguro.

A For All é mais um caso de publicitários que trabalharam em grandes agências, uniram expertises distintas e resolveram empreender diante do crescente espaço no mercado para empresas menores. “Fazendo uma análise de cenário de concorrência no setor financeiro, só de fintechs tem mais de 500 e todas precisam se comunicar. E isso não acontece só no setor bancário, tem as healthtechs, martechs, foodtechs e todas têm o desafio de se comunicar”, observa Barreto.

Psicanálise
Antes de fundar a ForAll, com Piranda, Barreto pensou em largar tudo, mudar completamente de área e foi estudar psicanálise. “A gente começou a agência conversando sobre os nossos desejos, eu estava estudando psicanálise, pensando em sair mesmo da publicidade, mas eu gosto desse negócio, acho gostoso. E começamos pedindo um cantinho para o Itaú e, de verdade, não tínhamos business plan nenhum. Logo depois chegou a conta da Nestlé, ao mesmo tempo que fazíamos trabalhos de branding para Neoquímica. A gente poderia ter virado dois consultores de branding, de estratégia, ter um escritório pequeno, mas fomos percebendo que o negócio começou a embalar e foi virando uma agência. E conseguimos”, relembra ele, que também trabalhou na DPZ e Loducca.