Os impactos do home office foram grandes e, agora, todos devem sofrer novo baque com os planos do retorno presencial. A grande maioria planeja a volta para janeiro. Mas algumas agências, como a WMcCann, já esquentam os motores. A ideia é trazer de volta parte da equipe em novembro, mas os gestores já trabalham presencialmente desde a semana passada, para preparar o terreno e receber o time no mês que vem. No entanto, segundo a agência, apenas os 100% imunizados devem voltar ao trabalho, e ainda assim três vezes por semana. A estratégia é se adaptar ao novo ritmo.

A diretora de recursos humanos da WMcCann, Paula Molina, lembra que a agência foi uma das primeiras a optar pelo home office, no dia 13 de março de 2020. “A pandemia trouxe inúmeras mudanças na maneira como nos relacionamos e, especialmente, como trabalhamos”. Segundo ela, com base nas experiências vividas nos quase últimos dois anos, a opção neste momento é por um “retorno presencial em busca da reconexão, em um modelo híbrido”. “Vamos trazer mais flexibilidade e vantagens para os colaboradores, mantendo sempre a saúde em primeiro plano para uma retomada com segurança. A partir de novembro reabriremos para receber as equipes de trabalho três dias na semana. Só será permitida a entrada de colaboradores com ciclo vacinal completo, fazendo uso de máscaras”.

Paula Molina (Divulgação)

Paula fala que foi elaborado um Protocolo de Saúde e Segurança que deve ser seguido e respeitado por todos, além de ser obrigatório o preenchimento diário de um questionário de saúde que auxilia no autodiagnóstico da Covid-19. “Em termos operacionais, adotamos a política de ‘free seat’ e ampliamos nossos espaços abertos e colaborativos: os colaboradores precisam reservar suas mesas nos dias em que forem presencialmente com antecedência, a fim de manter o distanciamento social e os protocolos de higiene necessários”, conta.

Outra agência que planeja retorno em novembro é a FCB Brasil, mas também de forma gradual. Sandra Denes, VP de RH, fala que ainda estudam qual vai ser o formato, no entanto, entendem que esta é uma oportunidade de reforçar o processo de trabalho colaborativo, o que chamam de Bandos. “A partir do próximo mês, os trabalhos presenciais serão definidos de acordo com as demandas dos clientes e dos jobs prioritários predefinidos nos bandos. Ou seja, vai para a agência o bando envolvido em cada projeto, mas de forma escalonada e planejada”.

Agência também vai adotar o sistema híbrido. Segundo ela, para ir ao escritório será preciso fazer uma reserva online com pelo menos 24 horas de antecedência e justificar a presença. “Também a lotação do escritório será limitada. Trabalharemos com a ajuda de um aplicativo para agendar e garantir o funcionamento da agência dentro dos níveis de conforto e segurança”.

Ela afirma ainda que ir será uma possibilidade, um facilitador de integração, e não uma obrigação. A agência, segundo ela, foi preparada para que a volta seja segura. “Temos rígidos protocolos globais de segurança e higiene que devem ser cumpridos no momento de retorno de forma a garantir a tranquilidade e a saúde de todos”.

A Dojo também definiu a reabertura do escritório em novembro, seguindo o protocolo de segurança, “fixando como obrigatória a comprovação do sistema vacinal completo de todos os que optarem a voltar para a agência”. “Iremos adotar o modelo flexível de trabalho”, diz Rodrigo Toledo, COO e fundador da agência.

Já Fabiano Coura, presidente da R/GA SP, afirma que estuda o retorno de forma segura. “Hoje, seguimos no modelo remoto, mas evoluímos na integração, na produtividade e nas entregas desde o início do isolamento”. Para ele, a volta será tão radical quanto foi o primeiro
lockdown. Porém, afirma que o modelo antigo não deve funcionar mais por conta da “ambição de criar um futuro mais humano”.

A CP+B Brasil deve retomar, gradualmente, em janeiro, e adotar modelo híbrido.