LGPD preocupa anunciantes (Crédito: Reprodução)

As marcas sempre utilizaram os dados dos consumidores – através das tradicionais pesquisas – para gerar mais demandas. Com a ascensão da tecnologia, o digital proporcionou uma quantidade imensa de informações para que anunciantes e agências realizassem projetos e campanhas cada vez mais assertivas.

Com o anúncio da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada em 2018 e que deve entrar em vigor em agosto de 2020, as empresas começaram a se preocupar com o que pode ou não ser feito com as informações obtidas. 

Daniel Martins, Pedro Ramos e Zé Roberto Pereira (Créditos: Divulgação)

Para tentar esclarecer as dúvidas de seus clientes e parceiros, a agência Havas Health & You convidou o advogado Pedro Ramos, da Baptista Luz, para sanar as inseguranças de alguns profissionais do mercado.

“Há um desconhecimento das empresas do que é ou não possível. A tendência, neste desconhecimento, é partir para uma saída muito restritiva. Como agência, sabemos que o uso de dados é importante para construir uma comunicação cada vez mais relevante e individualizada. A ideia de trazer essa discussão foi para mostrar que é possível usar estes dados de uma forma legalizada”, diz Zé Roberto Pereira, diretor geral da CSO da Havas Health & You. 

A nova lei vai trazer novas bases legais para garantir o uso correto dos dados das pessoas, que irão autorizar previamente a sua utilização. Ainda segundo a agência, a comunicação migra agora para a geração de serviços. Mas, e se o usuário não autorizar o uso de seus dados? Como isso pode afetar a criação da agência?

“Vamos ter menos dados se não conseguirmos vender a proposta de valor para esse consumidor. Este é o nosso desafio como agência. Precisamos explicar o motivo pelo qual precisamos dos dados para realizar o serviço que estamos prestando. Na última edição do SXSW se falou muito sobre o assunto. As pessoas estão dispostas a dar seus dados de saúde mais íntimos, desde que vejam que aquilo vai beneficiar sua própria saúde no futuro. Então, é uma troca. Hoje, essa troca é meio nebulosa, pois você pega o dado e usa de um jeito X, mas no futuro, vamos ter que deixar mais claro qual a relevância que vamos propor no final”, comenta Daniel Martins, diretor geral e COO da Havas Health & You.