O home office pode não ser novidade para muitos. Mas para a grande maioria, sim, até porque as coisas foram repentinas e todos os profissionais tiveram que se adaptar rapidamente. E assim tem sido nas últimas semanas. Curiosidades à parte, o fato é que muita gente quer saber como tem sido a rotina em tempos de Covid-19.

O PROPMARK levantou algumas questões junto a alguns publicitários confinados em casa, como dois profissionais da Lew’Lara\TBWA: Wilson Negrini, chief growth and business officer, e Sleyman Khodor, executive creative director.

Negrini disse que sua experiência tem sido um desafio e diferente. “Não estamos falando de um dia por semana, mas sim de uma agência operando inteira em home office. Mas o mais incrível e gratificante é viver a experiência de união, cuidado e dedicação de todos os times. Apesar da distância, estamos mais unidos e comprometidos do que nunca em fazer com que as nossas marcas, parceiros e agência tenham o mínimo impacto possível, e com que a agência continue operando”, afirmou.

Wilson Negrini com a filha

Segundo ele, todos estão 100% ligados e antenados no que precisa ser feito aos clientes e agindo de maneira proativa na resolução de problemas, ou sugestão de ideias.

“Acredito que esta semana deve ser um pouco mais calma, com todos já se acostumando com a nova rotina e com o fluxo de informações fluindo ainda melhor”, assim ele espera.

O recheio dessa história toda fica por conta do ambiente partilhado nos vídeos quando é necessário falar com o time. Ele diz que o clássico, que todos devem estar vivendo, são as dificuldades com os videocalls: “todos falando ao mesmo tempo, áudios que vazam de crianças chorando, passarinhos, cachorros… Por enquanto, não tivemos nenhum episódio pitoresco ou fora do comum”.

Cumprir os compromissos é o maior desafio em home office, segundo Negrini, pois é preciso todos os calls internos e apresentações aos clientes e os inúmeros grupos de whatsapp. “Por enquanto, estou conseguindo cumprir todos os compromissos. Sempre que possível, nos dividimos e decidimos em times quem deve participar da reunião y ou call x”, declarou.

Para ele, um dos segredos para fazer a coisa funcionar como se deve é tocar a rotina como qualquer dia normal de trabalho: “exercícios logo de manhã (dentro de casa, óbvio), café da manhã, colocar a mesma roupa que colocaria se fosse pra agência e sentar no cantinho separado para o home office aqui em casa”, contou Negrini.

Ele afirmou que é muito importante estabelecer uma rotina muito clara de trabalho com equipe e clientes para manter todos alinhados. Como tudo vem mudando muito rápido e, infelizmente, não sabemos quanto mais tempo viveremos essa situação, sem dúvida precisaremos adaptar a rotina e modus operandi de acordo com as circunstâncias. Não tenho dúvida que agências e clientes sairão mais fortes e unidos desse momento”.

Já para Sleyman Khodor, o home office está sendo bastante curioso, porque, segundo ele, não é só uma experiência de trabalho, mas de vida por completo. “E posso dizer que a lacuna trabalho está bem mais organizada que a da vida”, comentou. Ele tira um lado positivo de tudo isso, pois ele disse que esta sendo divertido ver os “filhos das pessoas pipocando nas videocalls”. “A minha, por exemplo, quer participar de alguns pra saber quem trabalha comigo. Ela diz: ‘quando tiver gente nova me chama, tá?’”, contou.

Ele disse ainda que curiosamente tem conseguido cumprir os compromissos. “Isso não tem sido um problema. Posso até dizer que a produtividade aumentou. Acho que muitos vão dizer isso porque o foco aumenta. Só existe uma pegadinha: não podemos relacionar esse aumento com trabalhar 24/7. É fundamental mantermos os tempos de descanso e vida off-trabalho, ainda que essa vida aconteça dentro de casa”, aconselhou. Por isso tenta manter a mesma rotina que tinha. “Acordar/almoçar/lanchar/jantar/dormir nos mesmos horários de antes. Mas, por mais que os horários estejam iguais, tudo é bem diferente por acontecer num mesmo lugar” analisou.

Khodor afirma que o home office está sendo bastante curioso, porque, segundo ele, não é só uma experiência de trabalho, mas de vida por completo