Na MullenLowe Brasil, o ano começou voando. A frase é de André Gomes, co-CEO da agência que pertence ao Interpublic, para definir como está sendo 2017 na empresa. “A gente ganhou duas contas novas em janeiro e fevereiro, que são a AkzoNobel (com as marcas Coral, Hammerite e Sparlack) e a Casa&Vídeo, que é um varejo tradicional e importante no Rio de Janeiro”, conta ele. 

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Segundo o executivo, o discurso negativo prevaleceu no primeiro semestre do ano, mas a agência resolveu arregaçar as mangas e trabalhar. “Acho que no primeiro semestre, um pessimismo se instalou, mas não adianta a gente ficar só ouvindo história triste e compartilhando história triste. Então, a gente arregaçou as mangas, como a gente sempre faz, e foi trabalhar. É o que tem de ser feito. E a realidade se mostrou menos triste, menos cruel, do que estava se pintando”, pontua.

Gomes ressalta que a Mullen está, neste momento, participando de quatro concorrências ao mesmo tempo. Outra aposta de negócios é na evolução da área digital. “A agência fez investimento e apostas importantes. Falo com tranquilidade que nosso volume de trabalho no digital triplicou em 18 meses. Nós estamos muito mais capacitados hoje. Isso fez com que a gente tivesse conquistas orgânicas, por exemplo. Recentemente, um grande cliente nosso nos deu a conta de todos os produtos também no digital. Essa foi uma mudança grande no nosso modelo de negócio. A gente tem hoje uma área que desenvolve trabalhos de performance de mídia digital com excelência e isso vem chamando a atenção dos clientes e gerando novos negócios”, afirma ele.

Um dos criativos mais admirados do país, José Borghi, co-CEO e CCO da agência, relata que esse foi um ano muito rico em termos de material criativo, apesar dos cortes nos investimentos publicitários. “Nós estamos com três campanhas no ar agora (para Knorr, 3corações e Coral), que são inovadoras. Para Knorr, por exemplo, com o conceito Me conheça melhor, abordamos toda essa questão de preconceito para contar que a Knorr lançou um produto que tem ingredientes naturais. A mensagem é: ‘Só porque sou um produto industrializado, não significa que não posso ser natural também’. É uma campanha que criamos aqui no Brasil e está indo para o resto do mundo. Nós estamos num momento muito bom criativamente, em termos de quantidade e qualidade. O Brasil melhorando e tendo mais oportunidades, a expectativa é que isso aumente consideravelmente”, afirma Borghi.

OTIMISMO

Para este semestre, os executivos acreditam que a perspectiva é boa. “Existe uma nova rodada de aporte de investimento de fora para o Brasil. Isso é um fato, não à toa a Bolsa bateu recorde (no último dia 11, o Ibovespa superou os 74 mil pontos), porque é um movimento de injeção de dinheiro. O segundo semestre está acontecendo e acho que a perspectiva é muito boa. Os números realmente têm melhorado. A Bolsa é um sintoma. As possibilidades são gigantescas”, comenta o criativo.

“É um ano difícil, mas a gente está com um olhar otimista. Se estamos disputando quatro contas, esperamos ganhar todas. A nossa expectativa é a melhor possível, porque não posso pensar de outra forma. O nosso pensamento é vencer essas quatro concorrências e terminar o ano crescendo em relação a 2016”, destaca Gomes. E acrescenta: “crescer que seja 5% em relação a 2016 em termos de receita é algo a ser celebrado por qualquer agência de propaganda do país”.

Agência que atende praticamente 70% das marcas da Unilever (além de Knorr, também tem Kibon, Becel, Rexona e OMO, entre outras), a MullenLowe Brasil está no top 10 da rede mundialmente. “Nós sempre tivemos uma atuação importante na rede. Lá fora, eles sabem que o país passa por um momento difícil. O que eles esperam é que a coisa melhore”, avalia Borghi.