O gramado do Pacaembu, que recebeu a final da Copa São Paulo de Futebol Junior 2020 entre Internacional x Grêmio neste sábado (25), foi palco de uma ação da Federação Paulista de Futebol (FPF) e do Instituto Sou da Paz. Segundo o Instituto, mais de 50% das vítimas de homicídio no País são jovens entre 15 e 29 anos, sendo a maioria negros – realidade semelhante a dos atletas do torneio.

Criada pela agência Tech and Soul, a iniciativa deu mais significado ao tradicional um minuto de silêncio, usando um elemento característico do futebol moderno: o spray de marcação utilizado pela arbitragem. Antes da bola rolar, o quarto árbitro foi ao centro do gramado e desenhou a silhueta de um corpo, marca clássica da polícia investigativa em cenas de crime.

A iniciativa tem como principal objetivo gerar reflexão não apenas sobre o número de vítimas, mas especialmente sobre a falha de prevenção e solução dos crimes, questão que poderia ser resolvida com o uso da tecnologia, integração de sistemas da segurança pública e investigação.

“O futebol evoluiu muito com a tecnologia e se tornou mais justo, com elementos como o VAR e o spray que garante que a barreira fique no lugar correto. Mas, em casos cotidianos em que vidas são perdidas, não há utilização de ferramentas que já existem e poderiam facilmente transformar essa realidade se abraçadas pelos responsáveis. Queremos provocar os líderes do poder público a olhar com mais atenção e inteligência a essa causa”, enfatiza Flavio Waiteman, sócio e CCO da Tech and Soul.

“O Brasil conseguiu levar para dentro do futebol a tecnologia, a ciência e o planejamento para tornar o jogo mais justo. Precisamos levar essa mesma lógica, a da união, do uso da tecnologia, da inteligência e da investigação para construirmos uma sociedade mais justa e segura. É urgente construir um Brasil menos violento para os jovens e dar respostas a estas famílias que perderam seus filhos”, reforça Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz.

“A Copinha é a competição de jovens mais prestigiada, querida e popular do Brasil, com um alcance global único. Por isso, acreditamos que a grande decisão da Copinha é um excelente momento para levantar este problema tão grave e jogar luz sobre a violência contra jovens no país”, afirma Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF.