Hugo Rodrigues passa a atuar como executive chairman da WMcCann e André França assume o cargo de presidente da agência (Divulgação)

Honra e privilégio. Foi com essas palavras que Hugo Rodrigues definiu o convite do Grupo IPG para suceder Washington Olivetto e assumir o cargo de CEO da WMcCann há mais de três anos. O reconhecimento foi estendido aos próprios colaboradores da agência na carta redigida pelo executivo a fim de avisar sobre a sua transição para a cadeira de executive chairman e a promoção de André França como novo presidente da agência. “Juntos, nós aumentamos a diversidade do nosso time, criamos uma cultura de desenvolvimento profissional contínuo e lutamos pelos nossos clientes como se lutássemos por nós mesmos, afinal nosso melhor resultado é o resultado dos nossos clientes”, escreveu Hugo Rodrigues, que ainda enumerou várias conquistas.

“Chegamos a ganhar 11 novas contas em apenas nove meses, saltamos do 15º para o terceiro lugar no ranking das mais importantes agências do país, conquistamos o primeiro Leão de Prata, o primeiro Profissionais do Ano, e, mesmo enfrentando um 2020 extremamente desafiador com o início da pandemia, recebemos com muita alegria a notícia de que somos a agência número 1 do país”, listou Rodrigues em um dos trechos da carta, citando o ranking do Cenp-Meios.

Da missão de formar novos líderes, veio a certeza de que a história da agência terá sob o comando de França um novo ciclo de expansão, guiado pelo objetivo de “ser o melhor parceiro de negócios dos clientes”, pontua Rodrigues. Antes chairman e CEO da WMcCann, agora o executivo vai direcionar os seus esforços para compreender tendências capazes de converter as demandas dos clientes em iniciativas à altura de mudanças que contemplem o desenvolvimento humano. “Não temos medo de quebrar antigos padrões ou formatos para buscar o melhor para os nossos clientes”, avisa.

Dados, tecnologia e criatividade formam a tríade perfeita do negócio. Enquanto os dados ajudam a entender os desejos e a jornada do consumidor, a tecnologia atua como o meio e a criatividade garante a relevância no dia a dia dos consumidores. Segundo pesquisa da Truth Central, unidade de inteligência global do McCann Worldgroup, 69% dos jovens no mundo estão dispostos a pagar mais por um produto alinhado aos seus interesses. No Brasil, o número salta para 71%.

A necessidade de aprofundamento em disciplinas cada vez mais técnicas deve aumentar a complexidade da propaganda nos próximos anos. Construção, análise e ativação de extensas bases de dados, machine learning, modelos preditivos e neurociência são algumas delas. “Precisamos ter uma visão holística para integrar essas áreas à construção de algo valioso ao nosso cliente, e ao cliente do nosso cliente”, sugere França.

Empresas não sobrevivem sem vender, e não existe venda sem informação para que as marcas ganhem sentido na vida das pessoas. “Está tudo interligado”, diz França. A personalização em massa é uma das promessas da comunicação atual na busca por significado paulatável, mas “ainda não chegamos lá, há uma frequência exagerada de exposição, assim como baixa adequação do material criativo”, alerta França. A tecnologia abre um caminho sem volta que clama por uma nova curva de aprendizado para que possa ser acelerada.