A Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas), que representa os fabricantes de cervejas, cachaça, champanhe, enérgicos, licores, rum e afins, protocolou ontem (3) uma petição junto à SDE (Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça) para que seja instaurada investigação contra eventual abuso de concorrência no mercado.
O pedido foi motivado pela nova garrafa de vidro das cervejas da AmBev (Skol, Brahma e Antarctica), que traz a marca AmBev em relevo e passa de 600 ml para 630 ml. Os concorrentes da AmBev (que detém praticamente 70% do mercado de cervejas) pedem à SDE para que a companhia seja impedida imediatamente de personalizar as garrafas.
Segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo hoje (4), o principal problema está no segmento de garrafa de vidro retornável de 600 ml – compartilhada pelos fabricantes de cervejas e refrigerantes há cerca de 100 anos. O pedido de investigação à SDE foi feito em conjunto com a Abrabe, a Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil) e a Indústria e Comércio de Bebidas Imperial.
Este mês está programada a inauguração oficial da nova fabrica de garrafas de vidro da AmBev, no Rio de Janeiro, que, segundo as associações, vai dar vantagens tributárias e competitivas à companhia sobre os concorrentes.
Na versão da AmBev publicada pelo jornal, a companhia informa que “não produz novas garrafas de 630 ml – são adquiridas hoje da empresa Saint-Gobain -, que não terá vantagens tributárias na nova fábrica de embalagens em Campo Grande, no Rio, e que ‘estranha’ o fato de uma associação que representa o setor de refrigerantes, a Afrebras, recorrer à SDE contra mudanças nos vasilhames usados pelas cervejarias”.
Há estranhamento, mas os fabricantes dos chamados refrigerantes “tubaínas” ainda utilizam a mesma embalagem. A reportagem do propmark entrou em contato com as duas associações e com a Ambev, mas até o fechamento desta nota não obteve retorno das ligações.
Kelly Dores