Ancine defende cotas nacionais de conteúdo audiovisual

“Desafios para uma regulamentação convergente” foi o tema do segundo painel de regulamentação da ABTA 2010 – Feira e Congreso, que aconteceu nesta quarta-feira (11). A discussão, que ocorreu durante o evento no Transamérica Expo Center, em São Paulo, contou com a participação do diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Manoel Rangel, e com os debatedores André Barbosa, assessor especial da Casa Civil, Igor Vilas Boas de Freitas, consultor do Senado, e Sean Spencer, diretor geral da TAP (Television Association of Programmers) Latin America.

Rangel apresentou alguns números da produção audiovisual e defendeu a criação de cotas para o conteúdo nacional, conforme previsto no PLC 116, antigo PL 29. “É preciso assegurar as produções regionais e produções independentes. Não podemos ter uma única maneira de ver as coisas”, disse o representante da Ancine, em referência a maioria do conteúdo oferecido na TV paga vir dos Estados Unidos. 

O argumento foi rebatido por Spencer. “As medidas existentes no Brasil já estão funcionando. Pedimos que o capítulo 5 (do PLC 116, que trata das cotas) seja mais debatido”, falou o diretor geral da TAP Latin AMerica.

O diretor-presidente da Ancine também criticou o alto preço da TV paga no Brasil. Em um estudo comparativo feito pela entidade com Argentina, Chile, Espanha e Portugal, o Brasil apresentou o maior valor por canal. “O quadro mais barato no Brasil é 171% mais caro que o mais barato da Argentina”, explicou Rangel.

por Cristiane Marsola