André Nassar parte para Dubai
O diretor de arte André Nassar, que nos últimos seis anos esteve na equipe criativa comandada por Marcello Serpa e Luiz Sanches na AlmapBBDO, assume no dia 1º de dezembro o comando de criação do escritório da operação da Leo Burnett em Dubai e região, como diretor-executivo de criação. A indicação foi de Marcelo Reis, sócio e vice-presidente de criação da Leo Burnett Tailor Made em São Paulo, e o convite oficial foi feito por Bechara Mouzannar, CCO da Leo Burnett Mena (Middle East/North Africa).
Nassar conta que, ao receber a sondagem, ficou curioso sobre a região e iniciou uma série de conversas com o executivo à distância. Não foi uma decisão fácil. Ainda mais sendo sua primeira experiência internacional. “Foi difícil porque não é uma simples mudança de agência, mas uma mudança de vida. Todo o processo foi lento e cuidadoso, mas quando visitei Dubai e vi de perto o alto nível dos profissionais e o tamanho da oportunidade, decidi rapidamente”, conta.
Ele acabou sugerindo o nome de outro criativo brasileiro, Rondon Fernandes, que ingressou na Fischer, em São Paulo, há poucos meses, após passar mais de cinco anos em agências da Rússia. “Rondon é um dos melhores e mais premiados profissionais do país e tem quase seis anos de experiência internacional. É uma pessoa com facilidade de relacionamento com equipe e clientes. Bechara e Kamal Dimachkie, que é diretor-executivo da Leo Burnett de Dubai, entenderam a necessidade de eu ter na equipe uma pessoa dessa confiança e concordaram com a contratação”, relata Nassar, que brinca que se pudesse levaria também Marcello Serpa.
Um dos diretores de criação em Dubai é outro brasileiro, Rafael Augusto. Nassar disse que conversou com vários profissionais do país que moram por lá e que em geral eles deram relatos positivos sobre a experiência. “É um mercado que está ganhando muita importância mundialmente, muito organizado, bem preparado e com muitas possibilidades”, diz. Segundo ele, o que impressiona os profissionais de lá é a qualidade criativa e de execução dos trabalhos no Brasil. “Em geral, o criativo brasileiro costuma ser completo, flexível e acostumado com as fortes oscilações da economia. E isso em Dubai será muito importante para mim, já que é um mercado relativamente novo e culturalmente diverso”, explica.
Experiente, Nassar começou sua carreira no Rio, na Speroni Propaganda, em 1990. Depois trabalhou nas agências Publinews, Norton, Fischer Rio, V&S, Y&R e Contemporânea. Em 1997 foi para São Paulo a convite de Silvio Matos para trabalhar como dupla dele na Fischer e, desde então, passou pela Leo Burnett como head of art; na Giovanni, Euro e Y&R como diretor de criação; e na AlmapBBDO como diretor de arte. Contabiliza 11 Leões em Cannes – sendo três este ano, com seu dupla Daniel Oksenberg.
O criativo diz que em Dubai poderá pôr em prática o seu jeito de ver a publicidade. Pretende “cobrar resultados para clientes e agência sem nunca esquecer o lado humano da profissão”. Ele observa que não quer transformar a Leo Burnett Dubai numa aventura pessoal, criando para festivais sem a responsabilidade de um trabalho de alta qualidade. “Meu foco são as pessoas. Quero transformar o ambiente criativo da Leo Burnett numa experiência descontraída, inspiradora, verdadeira e eficiente. Criativos não devem ser pressionados até o limite, e sim estimulados”, conclui.