Aner chega aos 25 anos de olho no futuro
Os 25 anos da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas) foram celebrados com grande entusiasmo em torno das perspectivas para o meio revista. A cerimônia festiva realizada na noite desta segunda-feira (21), contou com o auditório lotado do Teatro Alfa, em São Paulo. Lançada em 1986, a entidade se encontra atualmente em um cenário positivo para o meio, com incremento acelerado de novos títulos e o aumento nas vendas.
O atual presidente da Aner, Roberto Muylaert, comemorou os dados recentes do mercado, como 4,7 mil títulos, 440,6 milhões de exemplares comercializados em 2010 e a movimentação de R$ 4,7 bilhões. “Ser uma mídia segmentada é a grande força das revistas”, disse. Segundo ele, é difícil encontrar um meio tão propício para representar histórias e imagens como o faz o meio revistas. E brincou: “Dizem as más línguas que os editores ficam tão apaixonados por suas ideias que até esquecem de fazer os cálculos financeiros antes de lançar as revistas”.
De acordo com Muylaert, em meio a toda a discussão sobre o futuro do papel e o seu respectivo fim, surgiu uma nova realidade para o meio revista com a criação dos tablets, que conseguem preservar as características peculiares às revistas, como sofisticação e qualidade visual, e agregar mobilidade para os anúncios, carregando os filmes publicitários. “ Em outras palavras, não precisa mais anunciar em TV, é só investir em revista”, afirmou, arrancando risos da plateia. Ele ressaltou, porém, a pequena participação do meio no bolo publicitário, com apenas 7%. Para ele, os tablets são um complemento às revistas e podem ajudá-las a crescer em ritmo mais forte.
Entre os atributos da Aner, o executivo ressaltou que a entidade “sempre lutou muito por uma série de coisas muito importantes para o Brasil, a economia e para a imprensa. Por exemplo, a liberdade de imprensa, a liberdade comercial e imunidade do papel da imprensa”, lembrando ainda: “No Congresso Nacional sempre há algo contra nós. Hoje, são mais de 200 PECs (Projetos de Emenda à Constituição) para que não possamos continuar trabalhando livremente”.
Roberto Civita, presidente do conselho de administração do Grupo Abril e o primeiro presidente da Aner, recordou que a entidade surgiu em um almoço, convocado por ele, com a presença de Oscar Bloch, da Bloch Editores; Luiz Fernando Levy, da Gazeta Mercantil (que também editava revistas, ocasionalmente); João Roberto Marinho, da Editora Globo, entre outros. Ao exemplo da MPA (The Association of Magazine Media), dos Estados Unidos, a ideia era criar uma entidade “que promovesse o meio revista tanto junto ao público leitor quanto ao mercado anunciante e também que defendesse os nossos interesses”, explicou. A primeira campanha da Aner, em meados de 89, foi “Vá as bancas”, explorando todas as revistas, além de jornais e TVs.
Para ele, passados 25 anos, há muita coisa a ser feita e o mercado precisa continuar a promover o meio nos diversos canais. O futuro do meio revista, segundo Civita, passa pela continuação dos investimentos na área digital, em um período de transição que está apenas no começo. Ele reiterou, porém, o que chamou de “essência” do trabalho dos editores. “O nosso negócio consiste em criar conteúdo relevante e de qualidade para os nossos diversos públicos. Esta é a essência do nosso trabalho. E tanto faz se tiver em papel, computador, tablet, smartphone ou até mesmo em uma pílula. O que interessa, acima de tudo, é continuar servindo, informando, educando, entretendo e encantando os nossos leitores”, pontuou.
por Marcos Bonfim