Antifraude: como e por que combater o tráfego falso no marketing digital?

Com prejuízos que podem chegar 172 bilhões de dólares, sistemas antifraude tem protegido orçamentos publicitários

É fato que o marketing de influência se tornou uma ferramenta certeira para marcas que buscam atingir públicos específicos e expandir suas campanhas. Para se ter uma ideia desse impacto, a pesquisa “The Fall of The Influencer”, realizada pela Stripe Theory, mostrou que 73% dos consumidores buscam por criadores de conteúdo diário quando querem comprar algum produto.  

Ao escolher um influenciador para divulgar uma publicidade, por exemplo, é importante medir engajamento, quantidade de cliques e todas essas métricas que vão medir a popularidade e alcance que a publicidade teria, mas hoje, com a inteligência artificial, os ‘bots’ estão muito avançados, podendo gerar seguidores e engajamento através de likes e comentários. Isso marca um desafio para o marketing digital: tráfego falso.

Isso significa que esses bots e contas falsas, que distorcem as métricas reais, causam prejuízos financeiros consideráveis para os anunciantes. Segundo o portal Statista, até 2028, as perdas do mercado publicitário podem chegar globalmente a 172 bilhões de dólares.

De acordo com Humberto Galdieri, head da Uplify no Brasil (marterch que conta com um eficiente sistema de antifraude, fazendo conexão entre as marcas e influenciadores/creators de live streaming a fim de garantir que as entregas de mídia são efetivas) nove a cada dez usuários são atingidos por fraudes na internet. “A gente tem muito creator e influencer que deixa a porta aberta para ser atingido por fraudes. Só pra você ter uma ideia hoje, nove a cada dez usuários são atingidos por fraudes na internet. A gente considera fraude pois esse tráfego é falso.”, disse Galdieri, que ainda pontua que em muitos dos casos, esses bots não se resumem a “seguidores comprados”, mas sim, surgem a partir de fraudadores digitais mesmo.

Humberto Galdieri, head da Uplify

O especialista explica que isso representa um risco para os anunciantes, pois investem esperando que esse engajamento converta em resultados para sua marca, mas com uma audiência falsa, o investimento não trará o mesmo retorno. “Pro lado do anunciante, isso significa, basicamente, um problema dentro do ROI [retorno sobre o investimento], porque ao fazer um investimento naquele creator para uma campanha onde ele quer medir visibilidade. Mas se esse influencer promete uma audiência ‘falsa’, mais do que número de visualizações, o engajamento dessa audiência acaba sendo falso, né?”, continuou.

Para ilustrar como esses rôbos trabalham, Humberto exemplifica: “Às vezes você está rodando uma campanha às 9 da manhã, por exemplo. Só que se os bots estiverem programados apenas para aquele horário, eles não continuam fraudando às 11 da manhã. Ou seja: se a campanha está indo tão bem às nove, por que ela não foi tão bem às onze? A gente observa as mudanças ao longo do tempo, de picos acentuados e anomalias nas estatísticas”.

Quais são os desafios?

O alto número de Bots, a diversidade e quantidade de ações automatizadas, contas falsas, avaliação da qualidade do público e alguns outros fatores dificultam o combate ao tráfego falso. Se a análise for feita em uma plataforma de live streaming, a tendência é ficar ainda mais difícil, pois a interação entre o influenciador e o público acontece em tempo real e em alta demanda. “É uma corrida de gato e rato interminável. Quanto mais a gente tem bloqueio dos bots, mais os bots também se modernizam, por isso é importante investir em tecnologia e sistemas antifraudes.”, alerta o head da Uplify.

Como combater essas fraudes?

É aí que sistemas devem ser acionados. Para o head da Uplify, é aconselhável ter esse trabalho terceirizado pois as próprias palataformas não dão conta de captar essas falhas e invasões, 100%. Além disso, ele também apontou, em suas palavras, que a ”plataforma acaba usando disso para impulsionar a si mesma e o anúncio continuar voltando nela”.

Humberto frisa que mesmo com o auxílio de uma IA para fazer a análise, a moderação humana é indispensável. ”É lógico que você quer um aumento no seu gráfico, mas o certo da campanha é  que seja uma régua linear. É isso que o anunciante espera, é isso que a gente chama de ritmo da entrega. A gente faz todo esse tipo de verificação com cuidado e transparência. A gente faz isso com análise humana, ou seja, manualmente, mas também usamos inteligência artificial, claro.”, finalizou o profissional, que  promete um sistema 100% antifraude para seus clientes.

Foto de charlesdeluvio na Unsplash