Uncle Ben’s e sua embalagem controversa (Reprodução/Youtube)

Enquanto protestos antirracistas se espalham pelo mundo, com foco especial nos Estados Unidos, anunciantes se envolvem na luta contra o preconceito de diferentes formas. Muitas marcas, porém, são alvos de críticas por perpetuarem estereótipos e práticas racistas, como no recente caso de Bombril. A Uncle Ben’s é uma dessas empresas e anunciou mudanças para “evoluir”.

“Como marca global, sabemos que temos a responsabilidade de tomar uma posição para ajudar a pôr fim ao viés e injustiças raciais. Enquanto ouvimos as vozes dos consumidores, especialmente na comunidade negra, e as vozes de nossos associados em todo o mundo, reconhecemos que agora é o momento certo para evoluir a marca Uncle Ben’s, incluindo sua identidade visual”, disse a Mars, detentora da marca, em um comunicado.

A empresa ressalta ainda não saber exatamente quais serão as mudanças ou o tempo que levará para concluir o rebranding. “Mas estamos avaliando todas as possibilidades”.

Segundo a Mars, “o racismo não tem lugar na sociedade”. “Temos solidariedade com a comunidade negra, nossos associados e nossos parceiros na luta pela justiça social. Sabemos que para fazer a mudança sistêmica necessária, será necessário um esforço coletivo de todos nós – indivíduos, comunidades e organizações de todos os tamanhos, em todo o mundo.”

A marca norte-americana Aunt Jemima também anunciou esta semana um rebranding para abandonar o estereótipo racista de seu produto, comercializado desde 1889.

A marca de xarope e panqueca ganhará um novo nome e imagem, conforme anúncio da Quaker Oats, subsidiária da PepsiCo. A empresa reconhece que as origens da marca “são baseadas em um estereótipo racial”.

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Segundo a NPR, tanto os termos “tia” Jemima quanto “tio” Ben eram historicamente utilizados ​​por pessoas que resistiam em utilizar “Sr.” ou “Sra.” para uma pessoa negra.

Além disso, o logotipo do tio Ben usado desde os anos 40 apresenta um homem negro idoso, que originalmente usava uma gravata borboleta que evocava um criado, reforçando o esterótipo do negro apresentado como servo.

Em 2007, a Mars realizou uma campanha rebranding que “promoveu” o personagem de Ben ao presidente de uma empresa de arroz. À época, a ação dividiu opiniões.