A LaLiga está com operação própria no Brasil desde 2017, mas o interesse do torcedor pelo futebol espanhol é de longa data. A recíproca tembém é verdadeira, afinal, não é de hoje que o país exporta craques para times como Barcelona e Real Madrid, entre outros. Mas desde meados de março, com a suspensão dos campeonatos esportivos mundo afora devido à pandemia da Covid-19, a entidade precisou recalcular suas estratégias globalmente, e o Brasil, como um dos principais mercados, recebeu máxima atenção.

Reality Bravo!, cocriado pela LaLiga, é veiculado pela ESPN no Brasil

Iniciativas de solidariedade e conteúdos de entretenimento têm conectado os amantes do futebol espanhol a outras paixões, como música e games. Quem explica é Daniel Alonso, representante da LaLiga no Brasil.
“Para continuar engajando os fãs, mesmo à distância, criamos um projeto sob o conceito LaLiga se Joga em Casa. São diversas ações. Fizemos, por exemplo, um campeonato virtual de FIFA 2020 com os jogadores da própria liga e transmissão online ao vivo. Mais de um milhão de pessoas acompanharam. Promovemos também um festival de música que envolveu artistas internacionais, com Alejandro Sanz e J. Balvin, entre outros. A ideia foi levantar fundos para hospitais e profissionais de saúde. Tudo isso tem a ver com nosso maior objetivo, que é manter o engajamento com o fã”.

O torneio de eSports e o LaLiga Fest tiveram apoio do Santander, patrocinador máster da liga. Além do entretenimento, o teor social permeou todas as iniciativas. Enquanto assistiam aos jogos online de ídolos como Sergi Roberto (Barcelona), Marco Asensio (Real Madrid), Marcos Llorente (Atlético de Madrid) e o brasileiro naturalizado português Rony Lopes (Sevilla), por exemplo, a audiência pôde fazer doações, que foram destinadas ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Daniel Alonso: “Para continuar engajando os fãs, mesmo à distância, criamos um projeto sob o conceito LaLiga se Joga em Casa

Enquanto no digital, a liga tem fomentado e criado conteúdos e ações interativas, a TV continua como braço relevante o posicionamento da entidade. Nesse sentido, a veiculação do reality show Bravo! pelo canal ESPN é um dos principais trunfos. O conteúdo é uma coprodução da LaLiga com o grupo LX e Tero, e foi inteiramente gravado antes da pandemia, então, não precisou ser interrompido. Semanalmente, um episódio traz uma nova etapa do desafio de jovens promessas do futebol brasileiro que buscam a oportunidade de conquistar um espaço no futebol profissional. Os ex-jogadores Cafu, Denílson, Djalminha, Edmílson, Luís Fabiano e Zé Roberto são os técnicos e mentores dos jovens talentos.

Contribuições
A transformação social por meio do esporte orienta o trabalho da liga nos países onde está presente. No Brasil, a liga anunciou neste ano parceria com a Taça das Favelas. O maior torneio de futebol amador entre comunidades do mundo precisou ser interrompido devido à pandemia, mas, assim que retomada a competição, seguirá com o apoio da liga. “Faz todo sentido estar presente em um projeto esportivo ligado a um trabalho social. Como parceiro institucional, vamos dar a premiação de melhor jogador na fase nacional. Eles vão à Espanha para conhecer a LaLiga, ver de perto como funciona, visitar os centros de treinamentos dos times, viver o sonho do futebol espanhol. Isso se retroalimenta, porque quando voltarem ao Brasil vão manter esse sonho”, destaca Alonso.

Como um dos principais mercados globais para a organização, o Brasil é o único entre os 44 países onde a LaLiga está presente que detém dois representantes locais. Além de Daniel Alonso, Albert Castelló é corresponsável por fomentar o futebol espanhol bem como os valores da liga. “O futebol não cria só atletas, mas cidadãos. Transmitir essa mensagem e seus valores também faz parte do nosso propósito. Toda criança quer ser atleta, mas muitos não vão chegar lá, apesar de terem a chance de aprender como trabalhar em equipe, respeito e disciplina. Tudo isso fica, é o que a gente tenta transmitir. O futebol tem muito poder de atração, então, queremos aproveitar isso para ser veículo de educação”, finaliza Alonso.