A brasileira Olympikus se apropriou do que o país tem de melhor em busca de mais protagonismo no concorrido mercado de running. A marca esportiva vai promover um circuito proprietário de corrida por alguns dos principais pontos turísticos do Brasil. A começar pelo Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins, no dia 7 de julho. Outros dois destinos serão divulgados em breve.

Segundo Márcio Callage, diretor de marketing da Vulcabras/ Azaleia, detentora da Olympikus, a ideia é se aproximar do público com experiências que fogem ao que já é feito por outras marcas. “No ano passado fizemos uma corrida em Fernando de Noronha e ouvimos pessoas genuinamente surpreendidas. O circuito Bota Pra Correr vem com objetivo de entender que as pessoas querem entretenimento, mas também vamos construir esse ambiente de prova, convidando o público a sair do lugar-comum”.

O novo circuito de corrida da Olympikus reforça sua estratégia de se posicionar de forma mais agressiva no segmento de running. Na entrevista a seguir,  Callage comenta as mudanças na estratégia de comunicação da marca, a chegada de Alexandre Herchcovitch como diretor de estilo da marca e  objetivos de ampliar presença em outros segmentos, como o da moda e lifestyle. 

O que levou a Olympikus a apostar no segmento de corridas proprietárias?

O circuito Bota pra Correr é a ponta do iceberg de uma marca que quer se tornar protagonista no segmento de running no Brasil. A gente se deu conta de que precisávamos estar próximos de quem forma opinião, estabelecendo um diálogo direto com quem corre. A gente tem uma série de treinões, test drive de produtos, aproximação de lojas especializadas, como a Velocittá, entramos no mundo do corredor de todas as formas. E isso tudo virou um ecossistema para construir essa relação mais próxima.

Esta não foi a primeira vez que a marca criou uma corrida própria, certo?

No ano passado fizemos uma corrida em Fernando de Noronha e ouvimos pessoas genuinamente surpreendidas. O circuito Bota Pra Correr vem com objetivo de entender que as pessoas querem entretenimento, mas também vamos construir esse ambiente de prova, convidando o público a sair do lugar-comum. Contar a história da marca, democratizar o acesso a performance, fazendo produtos de qualidade com preço acessível, e assim, permitir que o público se abra para a marca. Esse é o convite. E como a marca é brasileira, temos territórios incríveis para conhecer e a corrida é uma maneira de conhecer esses lugares.

De que outras maneiras a marca está aproveitando o circuito para gerar mais valor e ajustar sua comunicação?

É uma forma de construir vínculos. Já tivemos um feed back nessa conversa porque a evolução do modelo Pride 2 foi feita com base em opiniões das pessoas. No Brasil ainda tem esse preconceito de que o país não sabe fazer tecnologia para running. Mas temos um centro de tecnologia por aqui, que é o maior da América Latina. Até pouco tempo atrás, as pessoas nunca consideraram a marca, mas agora com essa nossa aproximação, as pessoas começam a advogar pela marca e nossa imagem muda completamente. Ganhamos reconhecimento. Nossa comunicação tem voz, diálogo e assim conseguimos ouvir, conversar e trabalhar.

Mais do que uma marca de running, a Olympikus está permeando outros territórios, como a moda e estilo de vida. A chegada do Alexandre Herchcovitch como diretor de estilo contribui nessa proposta?

A gente tem um portfólio muito grande. E a comunicação era mais voltada para os produtos de massa com características especificas para quem gosta de tecnologia aparente, ou que visam pela cor preto porque suja menos. Mas precisávamos comunicar para diferentes públicos. Em nossas pesquisas, identificamos que as pessoas não sabiam que a marca tinha roupa e tênis casual, por exemplo. O nosso Instagram, os filmes, o trabalho de comunicação como um todo têm objetivo amplificar todo o portfólio de produto, que vai desde um tênis de R$ 140 a modelos de R$ 600 reais. A gente está conseguindo mostrar algo que já existia, mas antes não era representado na comunicação.

Essa mudança já pode ser sentida no ponto de vendas?

Já temos vários indicativos positivos nesse sentido. A coleção em parceria com À La Garçonne deu sould out. Temos os atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank como embaixadores, além de alguns atletas, e o resultado tem sido positivo. Nunca tivemos rejeição do público, mas não éramos considerados por um perfil de público ligado à moda. Talvez porque sempre fomos muito ligados ao vôlei e ao esporte como um todo. Agora, o trabalho com o Alexandre nos coloca na vitrine para esse público também. Recentemente, a marca apareceu na revista Vogue e isso é superpoderoso. Mostra o potencial quando a gente resolve olhar para o segmento de athleasure (combinação de esporte com casual), por exemplo.