Edmar Bulla, do Grupo Croma, Christina Larroude, da Camil, Sandra Martinelli, da Aba e José Cirilo, da Seara (Crédito: Reprodução)

Com o intuito de promover encontros entre os profissionais da indústria de comunicação, a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e o Grupo Croma realizaram nesta quarta-feira (19) a décima edição da websérie ‘Perspectivas – uma visão setorizada da inovação’, que trouxe as reflexões e atuais visões de mercado de Christina Larroude, diretora de marketing da Camil Alimentos, e José Cirilo, CMO da Seara Alimentos. 

“Essa iniciativa inédita pela configuração setorizada pretende mostrar como a união, neste momento de preservação de vidas e negócios, é também importante entre concorrentes”, salienta Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA.

Nos últimos cinco meses, por conta da pandemia causada pela Covid-19, o mercado observou grandes mudanças de hábito nos consumidores. Com restaurantes fechados, as pessoas apostaram nos serviços de delivery e começaram a cozinhar mais em casa.

“O setor de alimentos foi um dos mais positivamente afetados. No primeiro momento as pessoas começaram a pedir delivery, depois correram para os supermercados e estocaram comida. Na sequência, voltaram ou começaram a cozinhar em casa. Agora, mesmo as pessoas retomando as suas rotinas, elas vão continuar esse hábito e vão levar marmitas para o trabalho, pois vão ter medo de comer em um buffet por kilo. Então, por economia e hábito, as pessoas vão continuar cozinhando”, diz Christina Larroude, diretora de marketing da Camil Alimentos.

Christina Larroude, da Camil e José Cirilo, da Seara (Crédito: Reprodução)

Já José Cirilo, CMO da Seara Alimentos, acredita que as empresas de alimentos estão se organizando para atender o consumidor que está em casa da melhor forma possível. “Não só do ponto de vista de entregar um produto, mas também de entretenimento. Estamos fazendo lives musicais e anunciando campanhas utilizando um drive-in. Esse cenário também mudou a forma de fazer lançamentos. Além disso, observamos um comportamento interessante do consumidor relação aos congelados. Antes, havia uma restrição com os produtos. Agora, as pessoas enxergam os congelados como uma melhor solução para o dia a dia”, comenta.

Ainda segundo o executivo, o maior aprendizado deste período foi constatar que o mundo é dinâmico. “Descobrimos que somos capazes de desenvolver um e-commerce em três dias. Algo que levaria seis meses para colocar no ar. Depois, no momento em que todo mundo se distanciou, nos preocupamos em nos aproximar e trabalhar mais conectados. Este é o momento de mostrar o nosso propósito. O e-commerce vai ganhar ainda relevância no segundo semestre. Queremos facilitar a vida do consumidor e levar produtos que vão satisfazer os seus anseios. Queremos surpreender”, ressalta. 

Natal e Ano Novo

Com a proximidade das festas de final de ano, as marcas preparam suas ações e já entendem que as pessoas vão celebrar em casa. “A grande diferença não vai ser no Natal e, sim, no Ano Novo, onde eram realizadas as grandes festas e as pessoas viajavam. Este ano as pessoas terão duas cerimônias em casa onde vão preparar muita comida gostosa para ficarem juntas da família mais próxima. O nosso papel é ajudar as pessoas a terem o melhor Natal possível. Há muitas pessoas que vão fazer a ceia na sua casa pela primeira vez. A indústria precisa trazer positividade neste momento de crise econômica”, revela Christina. 

Com diversos produtos que compõem a ceia de Natal, a Seara reconhece que este é um momento muito importante para a marca. “Há um trabalho sendo realizado desde março para propiciar o melhor Natal para o consumidor. Claro, que com a chegada da pandemia, tivemos que pensar em algumas adaptações. Acredito que em dezembro vamos ter um Natal todos os dias. Um com a família, outro com os amigos, outro com os avós, ou seja, ele vai ganhar ainda mais relevância”, diz Cirilo.

O executivo finaliza reforçando que a inovação tem um papel primordial nesta pandemia. “Este ano vamos lançar 120 itens, pois precisamos entregar todas as soluções possíveis para o consumidor no meio de uma crise. Lançamos, por exemplo, embalagens menores, pois o consumidor preocupado com a pandemia e o manuseio dos produtos no balcão, prefira não adquiri-los. Tenho quase certeza de 20, 30% destes itens podem não ter continuidade, mas tudo bem. Vamos aprender com isso e vamos encontrar novas soluções”.