A propaganda arruína tudo. A televisão, internet, enfim, tudo o que está a nossa volta. Ela cria ansiedade, inseguranças e consumo desnecessário. A afirmação, no mínimo, contundente foi cantada em alto e bom som para um público de 1500 pessoas durante o musical Skittles Commercial: The Broadway Musical neste domingo (3).

Aproveitando as conversas em torno do Super Bowl, o dia do ano mais movimentado para o mercado de marketing, a marca contrariou os formatos tradicionais de propaganda no Big Game e levou à Broadway um manifesto contra o consumismo gerado pelas propagandas.

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Na música principal “Advertising ruins everything”, o elenco canta que a propaganda faz as pessoas gastarem o dinheiro que elas não têm, para comprar centenas de sapatos que não são necessários. Em outro trecho, a propaganda é responsabilizada por ditar ao consumidor a perfeição que as mulheres devem ter, ao mesmo tempo em que lembra o quão imperfeitas as mulheres são.

O musical foi veiculado neste domingo, poucas horas antes do Super Bowl, em Nova York, apenas para quem comprou os ingressos. Mas como fazer uma crítica social tão profunda e ainda querer cobrar de 30 a 205 dólares pelos ingressos? A atitude pode parecer um pouco controversa, mas não exatamente. Toda a renda do evento foi dobrada e revertida para a Broadway Cares/Equity Fights AIDS. A entidade dá apoio a pacientes que precisam de medicamento e cuidados especiais nos Estados Unidos.

Criada pela agência DDB Chicago, a campanha contempla dois filmes e conteúdos em áudio no Spotify. A canção “Advertising ruins everything”, por exemplo, pode ser ouvida na íntegra na plataforma de streaming. No filme mais recente, o ator Michael C. Hall, protagonista do musical, aparece em uma sessão de análise e se mostra indeciso e um pouco culpado em participar de um comercial.