Anvisa suspende publicidade de achocolatado Alpino Fast

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu qualquer ação publicitária de Alpino Fast – achocolatado da  Nestlé que traz nome do tradicional chocolate da marca. A polêmica começou porque consumidores começaram a questionar se a bebida era feita mesmo com o chocolate, uma vez que o sabor não seria semelhante. A decisão da agência foi publicada nesta terça-feira (18), no Diário Oficial da União.

O achocolatado também é alvo de investigação da Promotoria de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro, órgão do Ministério Público do Estado, e do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). A investigação do MP está baseada em denúncias de consumidores manifestadas no blog “Coma com os olhos”, que não reconhecem o sabor do chocolate na nova bebida láctea.

Em nota, a Nestlé afirmou que “o Alpino Fast tem, sim, em sua composição, além de outros ingredientes, a mesma massa do chocolate Alpino”. No entanto, a embalagem do produto continha as frases “Este produto não contém chocolate Alpino” e “imagem meramente ilustrativa para referência de sabor”, que foram retiradas porque, segundo a Nestlé, “estão gerando controvérsia, mais que esclarecimento”.

O promotor Júlio Machado, que está à frente das investigações, diz que ao MP a Nestlé informou que seria impossível reproduzir os mesmos aromas do chocolate no líquido e que a composição seria diferente. “Esse comunicado causou estranheza. Aparentemente, há contradição”, afirmou Machado.

As investigações do MP ainda não foram concluídas. “Havendo ilegalidade, pode ser proposta ação civil pública à Justiça, visando, dependendo da irregularidade, alteração no rótulo ou mesmo a retirada do produto do mercado. Além disso, a ação pode redundar em um pedido de indenização para os consumidores, tanto no âmbito individual como coletivo”, comentou ele.

Já o Conar abriu representação para verificar se a embalagem do Alpino Fast induz ou não o consumidor a erro. O caso deve ser julgado nas próximas semanas pelo Conselho de Ética, que pode pedir alteração na embalagem.

A WMcCann criou a campanha de lançamento do produto.