Apenas 16% dos executivos dizem conhecer profundamente as práticas ESG, mostra estudo

Pesquisa realizada por meio de parceria entre o instituto Data-Makers e a CDN ouviu 170 líderes

Pesquisa "Data-Leaders ESG", realizada por meio de parceria entre o instituto Data-Makers e a CDN, entrevistou 170 líderes, entre CEOs e C-levels, para saber como esses executivos se relacionam com a temática ESG.

Entre os principais apontamentos, o estudo mostra o gap que existe entre a relevância que os líderes atribuem ao tema e o conhecimento que admitem ter sobre o assunto.

Em números, 92% deles determinaram ESG como extremamente importante ou muito importante para o futuro das empresas. Porém, o domínio sobre a pauta é um desafio. Apenas 16% deles garantem conhecer profundamente a questão.

Mesmo com a crescente exposição do tema, os entrevistados também acreditam que ESG merece mais atenção da comunidade de negócios. O fato mais interessante é que essa percepção aumenta conforme aumenta também o conhecimento dos executivos sobre o assunto.

No lado oposto, os executivos que declararam não ter nenhum conhecimento sobre ESG, foram os que mais disseram que a pauta recebe maior atenção das empresas do que merece.

Imagem das empresas
O estudo também revela que os executivos reconhecem que ainda há um longo caminho a seguir na evolução do tema em suas empresas. Não por outro motivo, a maioria (42%) classifica que o desempenho em práticas de ESG é apenas razoável nas organizações que lidera. Em comparação ao mercado, 46% dos líderes avaliam que suas companhias estão na média, 27% como superiores e 27% inferiores.

Outro apontamento que chama bastante a atenção no estudo da Data-Makers em parceria com a CDN é o principal objetivo da atuação ESG. Os líderes ouvidos deixaram claro que a imagem é a principal motivação para a adoção de práticas ESG (85%). Esse fator está à frente de reputação corporativa (65%), melhora na gestão da empresa (59%), redução de riscos - pressão de stakeholders - (38%) e retenção de talentos (35%).

Entre os entraves mais relevantes para a adoção de ESG nas organizações, segundo os executivos, estão a falta de conhecimento (49%), pressão por resultados de curto prazo (48%), falta de profissionais preparados (46%), falta de prioridade ao tema (45%) e comprometimento da liderança (41%). Cultura de cases e mensuração também são desafios. Os líderes de negócios apontaram a ausência de dados (38%), KPIs claros (37%) e benchmarks (32%) como fatores limitantes de adoção de práticas ESG.

Essa falta de profissionais preparados incide em outro apontamento do estudo. Os CEOs (49%) e conselhos de administração (21%) são os principais tomadores de decisões sobre o ESG, seguidos por comitês interdisciplinares (11%) e RH (6%).

Investimentos
Na teoria, os líderes de negócios apontam para uma crescente importância do tema nos negócios, mas, na prática, os investimentos não refletirão esse cenário, pelo menos nos próximos 12 meses. A verba para ESG só aumentará em três de cada dez empresas. Em quase dois terços, não haverá alteração nos investimentos. A boa notícia é que apenas 6% das empresas diminuirão o valor investido.

Mas, se o cenário de investimentos não é favorável, ao menos os executivos pretendem partir para a ação. O estudo mostra que 56% dos líderes se mostraram comprometidos a participar ativamente de ações ESG, seja atuando diretamente (35%) ou liderando essas iniciativas (21%). Outros 35% pretendem apoiar tais ações, e apenas 9% não têm interesse em participar.

Marcas e profissionais lembrados
Os executivos tiveram dificuldade para apontar uma empresa que se destaca em ESG, o que é um reflexo do estágio do tema no Brasil. Nesse panorama, 22% dos líderes não souberam indicar uma marca que gere awareness na relação com o tema. Entre aqueles que lembraram, a Natura foi a organização líder em menções (25%). Ambipar, Dengo e Unilever tiveram 3% das menções. No total, 42 empresas foram citadas, e a pulverização das respostas é outro indicador do estágio incipiente da ESG no Brasil. O executivo mais lembrado foi Estevam Sartorelli, CEO da Dengo, com 3% das menções.

(Crédito: Freepik)