Após 15 anos, Ortopé volta à mídia

Acaba de estrear na mídia a nova campanha da Ortopé. Foram 15 anos sem uma grande ação nos meios de comunicação. Essa é a primeira campanha da marca de calçados infantis depois que ela foi comprada pela Paquetá em novembro de 2007. Quem assina a ação é a SPR, de Novo Hamburgo (RS). A agência tem feito trabalho em parceria com  o departamento de marketing da Ortopé.

A campanha pretende resgatar a força da marca de calçados infantis que, até hoje, é lembrada pelo jingle “Ortopé, Ortopé, tão bonitinho”. A frase estará nas peças em forma de assinatura. “Foi a forma que a gente encontrou de modernizar o jingle, que tem uma conexão muito forte com os adultos. É uma maneira de manter essa ligação com esses consumidores. Ele vem estilizado, mas sem perder a melodia daquela época”, explicou Otávio Marcel Facholi, gestor da marca.

O executivo chama a atenção para o novo conceito da marca “Vida mais feliz. Vida mais Ortopé”. “A Ortopé não é simplesmente uma marca de fabricação de calçados infantis. Calçado infantil é um produto que tangibiliza a marca, mas o principal produto é a marca Ortopé. Tem algo muito importante que é a causa que a gente está defendendo: Vida mais feliz. Vida mais Ortopé”, falou Fachioli.

Demora

A campanha de estreia da nova fase da marca demorou para ser realizada porque a empresa tinha a intenção de se reestruturar primeiro para depois se comunicar com o consumidor. “Vamos ter um comercial muito bem escrito, totalmente institucional para marca. A gente pretende trabalhar com as principais emissoras do País, tanto nos canais abertos quanto fechados. A gente vem também com mídia impressa direcionada aos consumidores e aos parceiros de varejo”, falou Facholi.

O executivo não revela qual o investimento da marca nessa campanha de retorno. “Eu só posso dizer  que entre a compra da marca pela Paquetá e a reestruturação já foram usados, aproximadamente, R$ 23 milhões, sem incluir o orçamento de 2009”, revelou.

Além do comercial e das peças para mídia impressa, a reestruturação da marca também inclui um novo site com ambientes para adultos e crianças. “No site, dá para ver a evolução da marca. Tem toda uma comunicação em linguagem 3D para a criança. Uma das situações que a gente tentou trabalhar bastante é o ecologicamente correto”, explicou Facholi.

A empresa tem a sustentabilidade como uma de suas preocupações. “A empresa trabalha muito forte essa questão. Se a gente for ver, tem muita coisa acontecendo, como as mudanças climáticas, pela ação do homem. Deveria ter mais ações de empresas e governamentais para a preservação do meio ambiente. Nós estamos vivendo um momento importante da história da humanidade, mas por outro lado, estamos destruindo muita coisa que nos possibilitou chegar até aqui”, defendeu.

Restrições

Apesar de a comunicação ser voltada tanto para o adulto como para a criança, o executivo acredita que a marca não terá problema com as restrições à publicidade infantil já que a propaganda não é comercial, mas institucional. “Aquilo que a gente está construindo agora é tanto para adulto quanto criança, mas ela não tem um cunho comercial, é totalmente institucional e tem tudo a ver com a nossa causa Vida Mais Feliz. Vida Mais Ortopé. O que nós queremos levar para as famílias, na verdade, é um pouco mais de felicidade através das nossas ações. Nós não temos essa preocupação de estar fazendo algo que traga prejuízo para as crianças ou para a vida em família”, defendeu Facholi.

Até setembro de 2007, a marca Ortopé estava licenciada para algumas fábricas de calçados do Rio Grande do Sul. A partir da compra da marca pela Paquetá a fabricação dos calçados Ortopé foi suspensa até que a reestruturação fosse concluída. “A grande preocupação era trazer a essência Ortopé, todas as conexões que a marca tinha com o passado, principalmente com os adultos, como sinônimo de qualidade, de credibilidade, de produto que fazia bem para a criança”, disse Facholi. Os sapatos infantis voltaram a ser fabricados em novembro do ano passado.

A Paquetá tem sede em  Sapiranga, no Rio Grande do Sul, e é uma empresa com 63 anos de experiência em fabricação de calçados infantis. “Eu acho fantástico que é uma empresa que sempre primou muito pela qualidade. É uma empresa que tem uma história muito bonita de fabricação, de conhecimento”, falou Facholi. Hoje são 13 unidades, 12 no Brasil e uma na Argentina. Os calçados Ortopé, a princípio, estão sendo fabricados na unidade de Pentecoste, no Ceará. A outra unidade do Ceará, Uruburetama, também está sendo preparada para poder fabricar os produtos da marca.

As vendas da Ortopé foram retomadas em novembro do ano passado. “Lançamos uma coleção de volta às aulas que a gente chamou de especial Ortopé, até porque existe uma conexão muito forte da marca com os produtos colegiais. Essa coleção tem apenas 12 modelos bem clássicos.  Agora, em janeiro, na Couro Moda, a gente veio com uma coleção mais ampla atendendo a três nichos: bebê, primeiros passos e crianças, com 110 modelos”, falou Facholi.

Aceitação

Os produtos já podem ser encontrados no Brasil inteiro e, em julho, a empresa  planeja iniciar a venda no mercado externo. Facholi conta que a aceitação dos clientes pelos calçados tem sido muito boa. “Recebemos um e-mail muito legal de uma consumidora de Brasília que tinha visto os produtos no site e queria saber onde encontrá-los porque a filha dela, que era consumidora de grandes marcas, tinha posto o Ortopé no pé e não queria tirar mais”, contou Facholi.

Segundo o gestor da empresa, um dos diferenciais da marca é justamente a qualidade. “Todo o trabalho é desenvolvido junto ao IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos), desde a construção do solado, flexibilidade, peso, altura de salto, aderência, temperatura interna. Um e-mail desse vem confirmar que estamos no caminho. Esse produto é feito como se fosse para os nossos filhos”, orgulhou-se.

O mercado de calçados infantis pode ser considerado bastante competitivo, de acordo com Facholi. “Tem empresa que é muito correta e tem uma direção bem legal para o mercado futuro e tem empresa que são aventureiras”, contou.

por Cristiane Marsola