APP repudia artigo que relaciona crimes do Mensalão com "publicitário"

Um artigo publicado na edição desta quarta-feira (12) no jornal Folha de S.Paulo impactou negativamente o mercado publicitário, diretamente citado, e chamou a atenção da APP (Associação dos Profissionais de Propaganda), que se manifestou contrária ao conteúdo. Assinado por Marcelo Coelho, o texto é intitulado “Coisa de publicitário” e discorre sobre o voto do relator Joaquim Barbosa sobre o caso do Mensalão, especialmente no que diz respeito à participação de Marcos Valério.

No artigo, o autor reproduz os argumentos mencionados por Barbosa para a condenação de Valério, como pegar empréstimos de valores que eram, indiretamente, vindos de empresas do próprio profissional. Ao final, Coelho descreve: “As notas fiscais falsas de Marcos Valério foram emitidas graças a uma autorização (igualmente falsa) de uma prefeitura. A do município mineiro de Rio Acima. Bom nome para lavagem de dinheiro. Parece até coisa de publicitário”.

A passagem, juntamente com o título do texto, fez com que a APP enviasse uma carta-resposta à Folha, pedindo sua publicação na edição desta quinta-feira (13). Nela, o presidente da entidade, Ênio Vergeiro, ressalta seu repúdio aos termos do artigo, considerando que eles “agridem toda a classe profissional dos publicitários” e “desonra a história e tradição democrática da Folha de S.Paulo”.

Confira abaixo, na íntegra, a carta enviada pela APP à Folha de S.Paulo:

“Prezado Sr. Editor,

Em nome da Associação dos Profissionais de Propaganda – APP Brasil, repudio os termos do artigo ‘Coisa de Publicitário’, publicado na página A12 na edição desta quarta-feira (12/09), que agridem toda a classe profissional dos publicitários. A frase ‘Parece até coisa de publicitário’ desonra a história e tradição democrática da Folha de S.Paulo. O tratamento chulo e debochado do colunista impõe à vasta categoria de profissionais, rótulo inaceitável. Postura temerária que revela despreparo, leviandade e inconsequência. Lamentamos que o colunista tenha perdido grande oportunidade de ficar calado e solicitamos o bom senso de uma retratação.”