Apro conclama associados contra Sky
A Apro (Associação Brasileira das Produtoras de Audiovisual) resolveu bater de frente e se posicionar diante da investida da Sky contra as cotas de produção audiovisual, aprovadas pela Congresso Nacional na lei 12. 458/2011. Em comunicado aos associados, a entidade pede para que “repliquem” as suas posições na redes sociais para minimizar os impactos da ações da operadora. A Sky, conforme informado anteriormente (leia mais aqui), começou a sua campanha para informar à sociedade o que considera “inconstitucional” e o que irá aumentar o custo da TV por assinatura no País.
Pela nota divulgada aos associados, a entidade diz que “a Sky de maneira sórdida, e em nome da democracia a qual ela se beneficia agora, sem nunca ter pago o preço, aponta o dedo para o presidente da Ancine chamando-o de forma repugnante e contestável de reacionário e controlador”. A frase é uma referência às afirmações do presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista da Rocha, em recente coletiva da operadora à imprensa, quando afirmou que Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, “tinha viés de controle como o que tinha a União Soviética nos anos 20”, entre outras frases ácidas.
Em informe publicitário na revista Veja desta semana, a Sky critica o órgão do governo: “a Ancine está regulamentando esta lei, trazendo diversas regras ora incoerentes, ora ilegais e inconstitucionais, afetando diretamente os direitos dos consumidores e a liberdade de expressão e comunicação”, para, em seguida, desenvolver uma linha de prós-contras à política de cotas.
Sonia Regina Piassa, diretora executiva da Apro, em entrevista ao propmark, disse que Rocha demonstra “um comportamento sórdido, mesquinho e mentiroso”. De acordo com ela, as ações da Ancine não idealizadas por vontade própria do órgão federal, mas se “espelham um desejo da sociedade civil. “A classe C não acompanha legenda de filme. Ela quer ver produção nacional”, disse. “A Sky nunca deu a mínima para o Brasil e agora quer falar em democracia”, questionou Sonia.
Leia a íntegra da nota produzida pela Apro:
“Senhores Associados,
Entendemos que a maioria absoluta de nossas associadas vibrou com a aprovação da lei 12. 482, que estipula cotas de programação brasileira nas tevês por assinatura necessariamente executadas por produtoras brasileiras independentes, ou seja qualquer produtora nossa associada pode produzir conteúdo e de boa qualidade.
A SKY de maneira sórdida, e em nome da democracia a qual ela se beneficia agora, sem nunca ter pago o preço, aponta o dedo para o presidente da ANCINE chamando-o de forma incontestável de reacionário e controlador, veja no texto abaixo.
Estamos iniciando nesse momento uma campanha no Twitter para tentarmos minimizar os estragos que essa matéria que a SKY veiculou na Veja, possa provocar nos formadores de opinião e no povo brasileiro.
Democraticamente temos o legítimo direito de nos defender e contra-atacar a SKY e o faremos.
Pedimos a todos que tenham interesse repliquem nossa posição em suas redes sociais.
Atenciosamente,
Sonia Regina Piassa”