As caixas da comunicação
Já ouviu falar das “caixas” da comunicação? Em 2005 elas eram muito bem definidas. Havia a “caixa” da promoção, a da publicidade, a do marketing direto, a da assessoria de imprensa, entre outras. Havia ainda a clássica separação ATL e BTL. O universo parecia mais simples. Mais simples, acredito que era mesmo, mas será que era o modelo mais eficiente?
De lá para cá as disciplinas ganharam novos nomes. As agências de promoção e eventos viraram agências de live marketing. Algumas assessorias de imprensa passaram a ser agências de relações públicas e assim por diante. Mas isso, de fato, não importa porque nomenclaturas não impactam diretamente o cliente. A não ser que elas venham acompanhadas de novo um pensar, refletir e, principalmente, agir.
Em 2005 quando se falava de RP as pessoas se referiam ao serviço de assessoria de imprensa. Sem entender que relações públicas poderia e era muito mais que isso.
E aos poucos, quase sem querer ou por intuição, algumas assessorias passaram a atuar como Agência de relações públicas. Na prática o que isso significou? Uma mudança de visão e atuação. O foco que antes era na imprensa e formadores de opinião de um determinado segmento, passou a ser no cliente do cliente. Seja ele o cliente interno ou externo. Alguns resultados que podem ser sentidos na prática são o aumento das frentes de atuação dentro dos parceiros, a baixa rotatividade de marcas no portfólio e, claro, o mais importante, a boa percepção do cliente com relação às nossas entregas.
No nosso dia a dia, quantas vezes nos deparamos incluindo em nossos planejamentos de comunicação ativações ou ações que jamais estariam na “caixa” assessoria de imprensa? E de fato, não estão. Elas fazem parte de um plano mais macro da comunicação. Onde tudo se integra e se comunica.
Em 2005, ao criarmos a nossa “assessoria de imprensa”, já acreditávamos que era questão de tempo para que os conteúdos das “caixas” se misturassem. Daí o motivo de sermos 3 sócias com perfis diferentes. Alice Lobo, que hoje não é mais integrante, mas tem todo o nosso respeito e admiração, é formada em jornalismo com experiência em redação. Bia Azevedo, formada em jornalismo tem conhecimento em marketing dentro do cliente e possui amplo relacionamento com jornalistas. E eu, Débora Carvalho, publicitária, com uma veia forte no call to action que herdei da minha atuação em marketing direto.
O que não sabíamos em 2005 é que em um piscar de olhos já estaríamos (con)vivendo com a realidade onde as diversas disciplinas da comunicação se comunicam. Parece óbvio, não? Afinal, como falar em comunicação sem o ato de se comunicar?
Débora Carvalho é graduada em publicidade e propaganda pela Fundação Armando Álvares Penteado e sócia da Marqueterie, agência de relações públicas.