As melhores lembranças do Rock in Rio, segundo os executivos do mercado

A 40ª edição do Rock in Rio começa nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro

A cada dois anos, os olhos dos amantes da música se voltam para o Rio de Janeiro e as conversas passam a ter uma única temática: o Rock in Rio. A edição deste ano começa nesta sexta-feira (13), com shows de Travis Scott, 21 Savage, Ludmilla e Matuê no Palco Mundo.

Completando e celebrando seus 40 anos, o festival já é marca na vida de milhares de pessoas e faz parte da lembrança de outras milhares por conta de nomes históricos que já subiram no palco, como Queen em 1985, Guns N' Roses e Prince em 1991, Cássia Eller, Britney Spears e Iron Maiden em 2001, Steve Wonder, Katy Perry e Metallica em 2011, Beyoncé em 2013, Rihanna em 2015 e vários outros.

Além dos artistas, com o passar dos anos o Rock in Rio também se tornou um palco para as marcas e, neste ano, 85 empresas ocuparão o gramado da Cidade do Rock, localizado no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro.

Com grandes nomes por trás de cada ativação, o propmark foi atrás dos executivos das agências de publicidade do país para perguntar qual é a melhor lembrança que eles tem do festival. Leia as respostas na íntegra:  

"Eu fui a todas edições do Rock in Rio. Tenho 40 anos de Festival. A minha lembrança mais especial está em 1985, a primeira edição. Eu era um adolescente de 15 anos, em seu maior evento com grandes atrações gringas, além dos maiores nomes do cenário nacional. Desacreditei assistindo aos shows de Queen, AC/DC, Iron Maiden, Scorpions, Whitesnake, James Taylor, além dos únicos B-52´s e Nina Hagen, e de ídolos brasileiros como Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e nomes como Rita Lee, Elba Ramalho, Gilberto Gil... Mas na real, nada tão memorável como Freddie Mercury levando a multidão a cantar "Love of My Life". Antológico e Inesquecível. Sensação guardada para sempre. Vivi também momentos memoráveis quando apresentei o RiR aos meus dois filhos. Em 2013, Stella, em seus 13 anos, queria mesmo era assistir Beyoncé. Já em 2022, meu filho Vincenzo com 14 anos, já queria sentir a vibe de um grande evento de música. Com eles, foi como se eu voltasse àquela sensação da primeira edição. Rock in Rio é música, emoção e muita alegria. E tudo isso é a melhor forma de se conectar com as pessoas que mais amamos", Marcelo Chianello, coCEO da JONES
"Para mim, foi inesquecível assistir a segunda edição do Rock in Rio, ainda adolescente, na TV da minha casa. Essa edição trouxe os artistas mais incrivelmente famosos da época, como Prince, Guns N' Roses, George Michael, INXS, Billy Idol e Faith No More. Foi um verdadeiro espetáculo que vivi na sala da minha casa. Alguns bons anos depois, minha experiência foi totalmente diferente e ainda assim, tão maravilhosa quanto. Dessa vez ao vivo, lá no festival, sentindo a energia e a emoção do público, foi incrível também. Outros tantos artistas icônicos, alguns clássicos, como Iron Maiden, outros mais atuais, mas tão impactantes quanto, como Post Malone e Dua Lipa. Foram duas experiências muito emocionantes e marcantes para mim. Não posso deixar de mencionar também que hoje, o festival não é apenas um evento musical, mas uma plataforma onde marcas marcam presença. As áreas de patrocinadores e as ativações de marca estão cada vez mais inovadoras, oferecendo experiências imersivas. A integração de tecnologia é marcante, assim como a sustentabilidade que tem ganhado destaque", Ana Coutinho, Head de Negócios da GALERIA.ag
"Com certeza, para quem é do Rio, o Rock in Rio tem um quê especial. O festival carrega o nome da cidade, e tudo que leva esse nome tem a obrigação de ser inesquecível. É como em relacionamentos: você vai marcando os momentos da vida pelos Rock in Rios que viveu. Para os mais velhos que eu, teve o de 85 e o do Maracanã. Esses momentos são tão vívidos na minha cabeça que às vezes sinto como se eu estivesse lá. Mas isso é outra história. O meu primeiro Rock in Rio veio depois de um hiato de 10 anos. Já nem achava que teria a chance de viver aquilo, mas em 2001, finalmente, aconteceu. E eu aproveitei cada segundo. A chuva de copos de plástico no Carlinhos Brown, o retorno épico de Bruce Dickinson, a volta do Guns N' Roses, Dave Grohl na bateria com o Queens of the Stone Age, os peitos da Cássia Eller, os irmãos Gallagher brigando (pra variar), o Barão Vermelho despejando hit atrás de hit, a primeira onda de roubos em massa de celulares, e claro, a famosa "meleca preta" no nariz de tanta poeira da Cidade do Rock. Tirar aquilo era um misto de nojo e satisfação, como se cada vez que limpava, revivesse o dia inteiro. A essa altura eu já tinha ido a outros festivais de música, mas nunca tinha ido a um Rock in Rio, e isso faz toda a diferença. Mas passado essa altura eu ainda não tinha vivido o "meu" momento-love-of-my-life. Mas ele veio como quem não quer nada, completamente perdido dos meus amigos e sem forças para procurá-los, o REM entrou em palco e finalmente aconteceu. A magia se fez, mas aí para descrever o sentimento, eu precisaria de mais uns milhares de toques", Ricardo Dolla, Chief Creative Officer da Dentsu Creative
"Em 2013, a Grendene comprou um pacote de ações para suas marcas no Rock In Rio. Como nosso trabalho incluía uma filmagem que usava o evento como set e locação, fui um dos primeiros a chegar no dia da abertura. Quando a Orquestra Sinfônica Brasileira tocou a primeira nota, eu estava no lugar mais privilegiado possível: ao lado do Roberto Medina. Assistir àquele sonhador vendo o seu sonho realizado foi sem dúvidas o momento mais inesquecível para mim em todas as edições. Em 1985, Medina sonhou com o impossível. Essa semana, pela vigésima segunda vez, ele nos mostra que louco mesmo era quem não acreditava que ele seria capaz. Viva Roberto Medina. Viva o Rock In Rio", Astério Segundo, Fundador e CEO da agência 35
"O momento mais marcante que vivi nas edições do Rock in Rio em que participei foi o coro do público durante "Love of My Life", no histórico Rock in Rio de 1985. Na época, eu tinha apenas 13 anos, e lembro-me bem da batalha que foi convencer meu pai a me deixar ir ao Rio de Janeiro, já que morávamos em Limeira, no interior de São Paulo. Quando começamos a viagem, eu não tinha noção do que esperar do festival; estava apenas empolgado por estar a caminho. No entanto, ao chegar, fui completamente surpreendido pela grandiosidade do evento – uma multidão impressionante, muita energia e, claro, bandas incríveis! Eu já achava que havia presenciado o ápice do festival, mas o verdadeiro clímax aconteceu quando Freddie Mercury, o lendário vocalista do Queen, liderou mais de 250 mil pessoas em um emocionante coro de "Love of My Life". Durante a apresentação, que é uma das canções mais sensíveis e tocantes da banda, o público cantou em uníssono, criando uma atmosfera mágica e inesquecível. Freddie, visivelmente emocionado, deixou que a plateia assumisse os vocais em diversos momentos, enquanto ele tocava no violão, encantado pela energia do público brasileiro. Esse coro espontâneo se tornou um marco e é lembrado até hoje como um dos momentos mais icônicos do Rock in Rio e, acredito, da carreira da banda. Para mim, "Love of My Life" ganhou um novo significado, tornando-se um hino pessoal para enfrentar desafios, tanto no trabalho quanto na vida. A grandiosidade desse momento ainda me transmite uma energia que sempre me inspira com a mensagem: 'Você pode! Não desista! A vida é demais e você chegará lá!'", Rogério Gonçalves, CDO da MRM Brasil
"Minha melhor lembrança do Rock in Rio foi a primeira vez que trabalhei no festival. Sempre soube da importância do evento, que vai muito além de ser o maior festival de música do Brasil. O Rock in Rio é um símbolo de diversidade e impacto cultural. Apesar da chuva que marcou aquele dia, nossa equipe estava completamente dedicada a garantir o sucesso das ativações com o público. Com as pessoas chegando e as primeiras atrações subindo ao palco, a chuva deixou de ser um obstáculo frente à energia que tomava conta do lugar. De certa forma, ela acabou se tornando parte da experiência. Trabalhar no Rock in Rio só confirmou que o festival oferece muito mais do que ativações e marcas. A conexão entre as pessoas e a música cria um ambiente onde tudo se mistura e se transforma em uma experiência completa. A energia de tantas pessoas juntas, envolvidas pela música, transcende qualquer tempo ruim. E isso reforçou o que sempre ouvi falar: que o Rock in Rio é muito mais que um festival de música – é sobre as pessoas, sobre emoções. No final do dia, mesmo exausto, saí com a sensação de ter participado de algo único", Eduardo Andrade, Co CEO da AKM
"Quando era criança, os shows internacionais no Brasil eram raros e caros, então o Rock in Rio era a grande oportunidade que tínhamos de ver de perto nossos ídolos da cena mundial. No começo dos anos 90, eu não pude ir ao Rio assistir os shows ao vivo porque era muito pequena e nenhum adulto se disponibilizou para a missão. Então, eu e minha irmã demos um jeito: montamos na sala de casa o nosso próprio Rock in Rio. Ficamos acordadas madrugada adentro (coisa até então proibida para nós) para acompanhar a transmissão pela TV a contragosto dos nossos pais. Colocamos a fita VHS para gravar tudo, do começo ao fim, caso alguém dormisse no meio ou quisesse rever mais tarde o show do Guns n'Roses ou do INXS. Nos revezávamos na tarefa. Para economizar fita, a cada intervalo comercial uma assumia o posto de "cinegrafista" oficial do maior show de nossas vidas. A tarefa consistia em pausar no começo do intervalo e dar o play quando a transmissão voltasse. Acontece que era frequente que passássemos a gravação e esquecêssemos de dar play novamente. Aí, além da briga gerada pelo erro de continuidade, o nosso Rock in Rio acabou sendo eternizado no VHS meio assim, editado a corte seco... metade de uma música aqui, só o fim de um show ali... Acompanhamos tudo com os olhos grudados na tela, enfeitiçadas. Minha irmã tinha um caderno em que ela escrevia à mão as letras dos hits das bandas preferidas dela, que ela classificava por ordem alfabética. E aí, nesse Rock in Rio, o caderninho virou a cartilha. Se era a hora do Guns n'Roses entrar, ela folheava até a letra G e depois até a letra da música que o Axl Rose começava. Ficamos ali, boa parte da madrugada, de pé no meio da sala lendo e cantando (num inglês fonético) frente a frente com nossos ídolos no nosso evento particular. Esses foram os primeiros shows internacionais que eu vi na vida. Eu tinha 10 anos", Bianca Reame, Diretora de Estratégia da MullenLowe - Mediabrands
"Acho que é impossível falar de Rock In Rio e não se lembrar da apresentação do Queen, é uma referência. Apesar de ser muito novo, tenho na memória a apresentação deles de "Love of My Life" 1985. Ficou eternizado, ainda mais por ser a primeira edição no Brasil, com recorde de público e com toda a plateia se conectando e cantando junto com o Freddie Mercury", Gustavo Victorino, CCO da Talent
"Em 2001, ano da terceira edição do Rock in Rio no Brasil, eu tinha apenas 14 anos e não pude ir, mas era meu sonho. Assisti Silverchair, R.E.M., Oasis e Red Hot Chili Peppers pela TV, desejando estar lá. Fiquei esperando o anúncio de uma nova edição e, quando finalmente rolou, 10 anos depois, fui em todos os sete dias! Sim, foi uma baita maratona. Na época, trabalhava com jornalismo musical, então consegui misturar o lado fã com o lado profissional (que, confesso, também tinha um pouco de fã). É até difícil escolher apenas uma lembrança de 2011, mas alguns shows foram inesquecíveis para mim, como o do Stevie Wonder, que dispensa apresentações, o da Janelle Monáe no início da carreira e o do System of a Down, que se apresentava pela primeira vez no país. No entanto, é inegável que um único dia com Rihanna e Katy Perry, ambas no auge, e Elton John foi bastante histórico também. Vale lembrar que, naquela época, ainda não tínhamos um calendário de festivais com atrações internacionais tão recorrentes como hoje. Então, esse "retorno" do Rock in Rio foi um grande acontecimento no cenário musical e memorável por si só. Ah, não posso deixar de citar a Beyoncé em 2013. Lembro até hoje da sensação de escutar os primeiros segundos de "Run the World (Girls)" e o efeito catártico nos fãs. Agora, em 2024, vou novamente em todos os sete dias, desta vez pela Leo Burnett e com uma campanha de Trident que enaltece o encontro de gerações, o que tem tudo a ver com essa mistura de artistas no festival, de Travis Scott a Paralamas do Sucesso. Ansioso, mais uma vez, para viver novos momentos que ficarão na memória", Wagner Ximenes, Diretor de Conteúdo da Leo Burnett
"Ao longo dos últimos 40 anos, é impossível ser amante de música e não ter sido impactado pelo maior festival de música do país. Por isso mesmo, tenho certeza de que todo mundo que foi em alguma edição do Festival, guarda momentos únicos e recordações especiais. A minha melhor lembrança do Rock in Rio (foi) e sempre será o show histórico do Queen em 1985. Era a primeira edição do Festival e ver o Queen subir ao palco principal - completamente ovacionado pelo público, com milhões de pessoas ecoando um grande coro de "Love Of My Life" foi um momento extremamente emocionante. Naquele ano, o Brasil passava por muitas transformações e presenciar aquela multidão de pessoas, juntas, unidas (como se o mundo se resumisse apenas à antiga Cidade do Rock em Jacarepaguá), foi não só importante para mim (uma adolescente carioca, na época), mas tenho certeza – que também para muitos brasileiros. Não é à toa, que o Queen se tornou uma das minhas bandas favoritas e o Rock in Rio, um marco na história da música", Flávia Cortes, COO da DPZ
""Após muitos anos indo no Rock in Rio, sempre pensava nos meus filhos esperando eles crescerem para poderem viver esses momentos comigo. Então com certeza minha melhor lembrança é de 2019, na primeira vez com meus filhos Luca, Caio e Pietra! Assistimos o show do Bon Jovi e me emocionei ao cantar Livin' On a Prayer com minha família", Marcos Quintela, Chairman da VML
"Rock in Rio não é um festival. É um acontecimento. Daqueles que vêm carregados de emoção e que, por isso mesmo, se cristalizam na nossa memória. É algo tão grandioso que até quem nunca foi ao Rock in Rio se lembra do Rock in Rio. Isso poderia soar um exagero se não fosse a mais pura verdade. Pelo menos no meu caso. Ainda que apaixonado por rock, tenho uma confissão a fazer: eu nunca fui ao Rock in Rio. E, acredite, mesmo assim ele foi palco de uma das maiores lembranças da minha vida. A edição era a de 2015, e na época eu namorava uma garota chamada Juliana. Linda. Simpática. Inteligente. Tinha apenas um defeito: não era nada apaixonada por rock. Preferia sertanejo. Dizem que o amor é cego. Eu sou a testemunha de que ele também é surdo. Bom, sorte da Ju que eu era muito mais apaixonado por ela do que pelo rock, motivo pelo qual abri mão de ir ao show do Elton John para curtir uma festinha na casa de uns amigos dela. Se fiquei chateado por estar perdendo um dos maiores e melhores espetáculos da face da Terra, com a presença de um dos meus maiores ídolos, que sabe-se lá quando eu teria a oportunidade de ver novamente? Claro que não, muito pelo contrário. It’s a little bit funny this feeling inside, me lembrou sir Elton. Pedi então encarecidamente ao anfitrião da festa que deixasse o computador ligado na transmissão do Rock in Rio – sim, naquele ano o site do gshow fez a transmissão ao vivo de todos os shows do Palco Mundo. Fui prontamente atendido, ainda que julgado de meio antissocial. Então passei a festa inteira assim, com um olho no peixe e outro na gata. Eu sou fã de cada uma das músicas do Elton John, mas eu estava particularmente ansioso para assistir a ele tocando “Your Song”, de longe a minha favorita. Já se passavam quase duas horas de show e nada da bendita música. It’s a human sign when things go wrong, Elton me consolou. Pelo menos estava há duas horas ali, espremido no pequeno sofá da sala com a única pessoa que me interessava na festa. Não podia estar melhor - bom, podia, mas talvez eu estaria espremido no meio de uma enorme multidão na cidade do Rock, mas ainda assim me sentindo sozinho. Cadê a minha música, tio Elton? Come on, don’t let the sun go down on me. Foi quando ele saiu de trás do seu piano, caminhou com seu traje reluzente até a beirada do palco e disse, com aquela pronúncia britânica perfeita: “o-bri-ga-dou”, enquanto acenava para a plateia. Me virei para a Ju, ela se virou pra mim, com dó maior no olhar. Inacreditável. Ele deixou mesmo a sua principal música de fora do setlist, pensei. E pelo segundo ano consecutivo. Então algo falou mais alto que o meu desapontamento - o grito das pessoas. “Mais um! “Mais um!”. E eis que de dentro de uma fumaça vermelha, surge ele de volta. The bitch is back, pensei. Assim que ele se direcionou ao seu piano de cauda, Ju se antecipou “Quanto você quer apostar que é “Your Song?” Já totalmente desesperançoso e sem nada a perder, brinquei: “Casa comigo, se for?” Ela riu. Assim que ele deu a primeira nota, começamos a rir ainda mais. Dois anos depois estávamos entrando juntos na igreja. Nem preciso dizer qual era música que estava tocando", Luis Figueiredo, diretor executivo de criação da Publicis Brasil
"Sou carioca e cresci no Rio de Janeiro. Desde pequena, o Rock in Rio sempre foi um evento marcante para mim. A primeira vez que ouvi falar dele, eu tinha 9 anos, e já naquele momento o festival era algo grandioso, um marco na cidade. Mesmo tão nova, o desejo de participar era enorme, especialmente por ser uma oportunidade rara de ver artistas que eu já admirava. Me lembro de pedir à minha mãe para adiantar meu presente de aniversário, que era em agosto, e me dar um ingresso para o Rock in Rio. Naquela época, conseguir ir a um evento tão grande não era algo simples, ainda mais com a infraestrutura limitada do Brasil nos anos 80. Mas, meu objetivo era claro: assistir ao show do Queen, uma das minhas bandas favoritas desde aquela época. No dia do show, o clima não estava dos melhores. A chuva começou forte pela manhã e persistiu durante boa parte do dia, causando inúmeros transtornos por toda a cidade. O trânsito ficou caótico, e muitos amigos da família até desistiram de sair de casa. Mas, minha mãe e eu estávamos decididas: o Rock in Rio seria uma experiência inesquecível, e nada nos impediria de vivê-la. Quando finalmente chegamos ao local do evento, a lama era impressionante, tanto que, para uma criança como eu, parecia que ia chegar aos joelhos. Mesmo assim, a energia do público era incrível, e a expectativa pelo show só aumentava. Ao lado da minha mãe, vivi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Em 1985, era difícil imaginar que algo daquela magnitude pudesse acontecer no Brasil, mas ali estava eu, prestes a assistir ao Queen ao vivo. Esse dia foi um divisor de águas para mim. A partir dali, nasceu uma paixão por festivais e shows ao vivo. O Rock in Rio se tornou um evento fixo na minha vida, e desde então participei de todas as edições. Cada edição traz novas memórias, novas experiências, e o mais incrível é que, assim como eu tive essa vivência ao lado da minha mãe, hoje tenho a oportunidade de reviver essa emoção, agora com meu filho. No ano passado, levei meu filho pela primeira vez ao festival. Ver a empolgação nos olhos dele foi como voltar no tempo e reviver aquela sensação que eu tive ao assistir ao Queen ao lado da minha mãe. Ele, claro, estava ali para ver seu artista favorito, Post Malone, e eu não poderia estar mais feliz em proporcionar a ele essa experiência. Assim como minha mãe fez comigo há tantos anos, agora sou eu quem crio memórias com ele no Rock in Rio, passando a tradição adiante. Este ano, estamos na maior expectativa pelo show de Travis Scott, uma das atrações mais aguardadas da edição. Hoje, além de continuar sendo parte do público apaixonado, também tenho o privilégio de trabalhar com marcas que participam do Rock in Rio. É uma experiência única ver de perto como essas marcas se conectam com o público durante o festival. Trabalhar nos bastidores de um evento que celebra a união, a alegria e o espírito brasileiro é gratificante e inspirador. Para esta edição, a de 40 anos, estou nos bastidores de duas grandes marcas. A Seara, que, inspirada pelo mote do festival de viver grandes encontros, leva para a Cidade do Rock a combinação irresistível das Salsichas Hot Dog Seara Tradicional e Defumada com a crocância da linha de Frangos Crocantes, reforçando a dupla "HOT&CROC" em nova campanha. No clima do festival, criamos um jingle exclusivo estrelado por Ludmilla e Simone Mendes, fortalecendo o conceito de realizar grandes encontros. Já a LATAM é, pela terceira vez, a companhia aérea oficial do Rock in Rio. A estratégia de comunicação no festival está alinhada aos pilares de tecnologia, pessoas, desenvolvimento e orgulho local, posicionando a marca como uma empresa conectada ao Brasil. Nossa campanha traz o conceito "A música te faz viajar sem fronteiras", com o objetivo de criar uma conexão emocional profunda com o público, além de consolidar a LATAM como uma parceira de confiança dos brasileiros. Hoje, posso dizer que o Rock in Rio, que começou como um sonho distante para uma menina de 9 anos, faz parte tanto da minha vida pessoal quanto profissional. Cada edição é uma oportunidade de reviver memórias e criar experiências, não apenas para mim, mas também para as futuras gerações', Renata Bokel, CEO da WMcCann
"Curiosamente, eu estive no primeiro Rock in Rio. Eu era garoto, começando a carreira. Fui por causa do McDonald's, que eu atendia em uma outra agência. Eles estavam lançando a primeira loja pop-up no mundo e foi aquela loucura, porque a organização tinha o desafio da primeira edição, centenas de milhares de pessoas, lamaçal, bem estilo Woodstock. Vi alguns shows icônicos, como o James Taylor, sentado no gramadinho; a Nina Heighan, que era uma cantora alemã; e o Gilberto Gil. Infelizmente, não consegui ver o Queen. E a vida me trouxe por essa estrada: trabalhar na Artplan, ser sócio do Grupo Dreamers, e ter uma relação mais próxima com o festival. Já tive o prazer de ir para Nova Iorque, quando o Roberto Medina e toda equipe foram fazer o lançamento do Rock in Rio Las Vegas. Conseguiram fechar dois quarteirões, para fazer um pocket show surpresa, com duração de 15 minutos. O cantor era o John Mayer. A polícia já pronta para invadir se passasse do tempo estipulado. No fim, deu tudo certo e foi lindo ver todas as telas da Broadway, de uma só vez, dizendo "Welcome Rock in Rio Las Vegas". Existe um lema no Rock in Rio que é "Qual foi o melhor Rock in Rio de todos os tempos?". E a resposta sempre é "Vai ser o próximo!". Pelo que já vi desse ano, esse vai ser o melhor de todos os tempos mesmo", Antonio Fadiga, sócio e presidente da Artplan
""Minha história com o Rock in Rio contém muitos capítulos maravilhosos, afinal eu tive o privilégio de estar presente em todas as edições do festival no Brasil, desde 85, além de cinco edições em Portugal, duas na Espanha e uma nos EUA. Para mim, o que foi mais marcante, sem dúvida nenhuma, foi a catarse magnífica na apresentação da banda Queen, na primeira edição do festival. Eu, ainda uma criança de 11 anos, no meio daquela multidão, vendo a minha banda favorita e tendo a minha primeira experiência em um festival de música na vida, é algo que guardo no meu coração até hoje. Queria o destino que eu viesse trabalhar no mercado da música, produzindo inúmeros shows internacionais, incluindo a banda Queen, e ter como sócios nos dias de hoje os fundadores desse produto de entretenimento único no mundo. Vida longa ao Rock in Rio!", João Paulo Affonseca, CEO da Musicalize
"Como publicitária que nasceu, cresceu e iniciou a carreira no Rio, o Rock in Rio sempre teve uma importância dupla para mim. Primeiro, por colocar a cidade no mesmo patamar de grandes cidades que recebiam artistas e espetáculos internacionais, proporcionando uma experiência única de inspiração. Foi no Rock in Rio, que tive a oportunidade de ver um show da Beyonce na última turne que ela trouxe ao Brasil, por exemplo. Além disso, o festival nos conectava diretamente às grandes ativações de marcas, oferecendo uma verdadeira imersão no poder do brand experience. Cresci com o privilégio de assistir aos shows dos meus maiores ídolos e, ao mesmo tempo, vivenciar o impacto das experiências de marca. Essa combinação foi uma fonte valiosa de inspiração para quem trabalha com criatividade e inovação", Bruna Pastorini, sócia e CSO da DRUID