As oportunidades na era do never updated

É impressionante a quantidade de novos termos e especialidades que surgiram nos últimos anos. Com a entrada do marketing digital na estratégia das marcas, estamos vivendo a era do never updated – um sentimento de constante de desatualização.

Além das áreas convencionais das agências, estão trabalhando conosco profissionais especializados em redes sociais, community managers, gerentes de projeto, webdesigners, especialistas em BI, CRM e CRO, entre outros. Com as áreas vêm novos skills também: discutir o teste A/B, qual é a melhor DMP ou DSM, se a estratégia deve contemplar mobile, app, SEO, PCC e links patrocinados. Sem se esquecer da otimização dos resultados e qual será o ROI, CTA ou CPC. Virou rotina. E tudo isso muda o briefing. E, se muda o briefing, muda tudo.

Já existem agências trabalhando em modelos inovadores, onde há um profissional para cada atividade específica. Em uma agência em Boston (EUA), só na área de criação trabalham dez especialistas: redatores, diretores de arte, produtores, programadores, designers, digital designers, UXs (responsáveis pela melhor experiência de navegação), technologists (profissionais antenados em tecnologia, que podem criar novos devices), makers (que fazem as traquitanas e experiências) e os misfits (profissionais excelentes em suas áreas de atuação, mas que não têm origem ou experiência na área de comunicação e que inspiram criação, tendências e novos comportamentos). Imaginem o que o atendimento precisa saber para coordenar essa turma toda.

Nessa sopa de letrinhas, aparentemente complexa, eu acredito que está uma grande oportunidade para os gestores de marcas e atendimentos:

1)    Na maioria das vezes, criativos, planejadores e mídias estão preocupados com os aspectos ligados diretamente aos seus departamentos. O atendimento, pelo contrário, precisa entender como usar na prática e no dia a dia todos esses conceitos;

2)    Sabendo a dinâmica atual do “fazer mais por menos”, o atendimento poderá, no futuro, acumular algumas dessas funções. Isso poderá trazer otimização de recursos dentro das agências.

3)    Se entendermos tudo isso, vamos orientar corretamente as decisões dos clientes, parceiros de negócios, fornecedores, equipes internas e ser relevantes nas discussões. Caso contrário, estaremos fora do jogo, obsoletos.

Recentemente, tive a oportunidade de conhecer uma das mais modernas e conceituadas escolas de inovação, a Hyper Island. Segundo Hazel Swayne, diretora de aprendizagem das Américas do Hyper Island, no coração da educação da escola está a abordagem “learn by doing”, que incentiva o “aprender fazendo”.

Depois de cursar um dos programas da Hyper Island, o Marterclass em Business Transformation, percebi que, com a ajuda da tecnologia, que nos proporciona um acesso vasto à informação, podemos nos atualizar e fazer nós mesmos, exatamente como aprendi no curso. Só precisamos nos mexer e nos atualizar. Diferente de antes, temos que fazer isso muito mais rápido.

Em um mundo onde se discute a importância de mudar nosso mindset sobre a comunicação, difícil saber qual é o melhor modelo: especialista ou generalista, se a atividade será feita na sua agência ou por um parceiro. Até porque, neste exato momento em que você está lendo esse artigo, ele já está desatualizado. Novas tecnologias estão surgindo, assim como novos departamentos com lindas siglas em inglês e novos profissionais.

E você? O que vai fazer com essa informação?

Fábio Meneghati é diretor geral de atendimento da MoodTBWA e diretor do Grupo de Atendimento