"As três primeiras campanhas vão definir os próximos dez anos de uma agência"

José Molla, fundador e CCO da La Comunidad, nos Estados Unidos, compartilhou alguns conselhos sobre abrir uma agência nesta segunda-feira (12), durante o Festival do Clube de Criação 2016. A palestra tinha como título “Things I wish someone had told me before opening an agency”.

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José Molla, fundado e CCO da La Comunidad

O primeiro fator ressaltado por ele é que muitas pessoas pensam em abrir uma agência, mas não o fazem. Segundo Molla, não importa o que foi feito antes, qual o currículo ou a carreira. O que faz realmente diferença é a convicção e as intuições. “Você não precisa de um plano detalhado, você precisa de uma missão e acreditar no que você está fazendo. Eu só trabalhei em duas agências antes de abrir a minha e pode crer: grandes trabalhos do passado são tão úteis quanto os regulares”.

Molla afirmou que “as três primeiras campanhas vão definir os próximos dez anos de uma agência”, isso porque o dinheiro segue os bons trabalhos. Ele ainda disse que não se pode pensar em abrir uma agência, mas sim em criar uma cultura. “A essência é crucial para fazer a empresa ser grande. A equipe deve estar em sintonia com você e com as suas ideias. Ela deve ‘sentir’ a agência”.

Sendo assim, o ambiente de trabalho agradável é outro fator ressaltado por Molla como indispensável para o sucesso da agência. “Festas, ações, premiações, interação fazem total diferença. Quer construir confiança em sua equipe? Leve todos no karaokê”, comenta.

A experiência dos funcionários nem sempre é o mais importante, porque ela pode ser superestimada. Quando as pessoas não têm experiências, por exemplo, elas vêm com ideias frescas, pensamentos sem vícios. “Temos que ter pessoas brilhantes em volta de nós. Quando você contrata alguém que pensa como você, existe uma perda enorme de diversidade. Tenha a sua mente aberta”. As contratações, de acordo com Molla, não podem ser baseadas nas necessidades que a agência tem, mas sim na agência que se deseja ter. “Não contrate gente que pode fazer trabalho, contrate gente que acredita no que faz”.

Os lucros devem ser consequências de um trabalho bem feito. Não se compra motivação, segundo Molla, e sem ela, a agência vira um escritório. “Aprender a dizer não também é importante, porque não se pode deixar que a cultura do cliente invada a sua. Confronte o conforto, se mantenha experimentando e mudando sempre. Abra sua agência, morra de fome agora e faça milhões depois. O mundo precisa de mais agências independentes. Tem uma coisa pior do que falhar: não saber o que poderia ter sido”, finaliza o executivo.