"Associados não devem aceitar trabalhar de graça para os filmes de Cannes"
Associações representativas do mercado de audiovisual brasileiro assinaram um comunicado conjunto para “renovar a recomendação feita em 2014 a seus associados para que não aceitem a utilização de seu tempo nem de seus equipamentos, estúdios e serviços, de forma gratuita, na produção dos chamados ‘filmes de Cannes’ ou para outros festivais publicitários”.
Entre os motivos para a medida, segundo o texto, estão “a repentina alta do dólar associada ao momento recessivo do país, que elevaram os custos gerais de produção, criando um ambiente de negócios onde não há mais como solicitar que pessoas, espaços e equipamentos sejam colocados para trabalhar sem remuneração.”
O comunicado também ressalta “que a cadeia produtiva colabora e continuará colaborando com a produção de filmes beneficentes ou filantrópicos, desde que tenham sido devidamente encomendados por ONGs ou entidades sem fins lucrativos e que estejam destinados à veiculação gratuita pelas emissoras em campanhas de cunho social.”
As entidades finalizam o texto pedindo compreensão das Agências e Anunciantes, “certos de que a medida anunciada continuará contribuindo para o fortalecimento ético e profissional do nosso mercado”.
Assinam o comunicado a Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais); Abele (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais); Acasp (Assistentes de Câmera Associados do Estado de São Paulo); Astim (Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria); Siaesp (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo); Sindcine – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual); Sated (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão de São Paulo) e UDFSP (União dos Diretores de Fotografia de São Paulo).
Um comunicado parecido já havia sido lançado no ano passado. Com o crescente número de Leões do Brasil nas últimas edições dos festivais em áreas como Promo, Direct e PR – que também contam com a produção de vídeos, não só nos próprios cases concorrentes mas também os famosos videocases para apresentar nos júris –, produtoras poderiam se interessar em facilitar os custos para as agências, em busca de terem seus nomes nos créditos dos Leões.