Átila Francucci: “Uma marca precisa ser honesta”
A uma semana do início do maior festival de criatividade do mundo, Átila Francucci, que será jurado em Sustainable Development Goals, afirma que já viu entre 300 e 400 cases remotamente. O VP nacional de criação da nova/sb conta que se pudesse escolher uma categoria, seria exatamente essa. “Se todas as peças inscritas têm o mérito de querer contribuir para um mundo melhor, o que está em jogo continua sendo a criatividade da ideia”. Ele fala que a expectativa é diferente das outras vezes (ele já participou dos júris de Press e Film), “pois a categoria é abrangente e em 2019, ao contrário das duas vezes anteriores, não tenho um colega brasileiro no mesmo júri”. Ele também fala nesta entrevista sobre propósito de marcas. Confira a seguir.
JULGAMENTO
Em Sustainable Development Goals, o julgamento é sobre se tal ideia (necessariamente nova, claro) impacta a vida das pessoas, o planeta, a região, a saúde das pessoas.
CRITÉRIOS
O pressuposto é o mesmo: é a grande ideia que tem de ser premiada, afinal trata-se de um festival de criatividade. Porém, a tal grande ideia não se restringe à propaganda. Estamos julgando a criatividade aplicada a políticas públicas, propósitos corporativos.
SER JURADO
Como das vezes anteriores, a única obrigação que me cobro é ser justo.
PREPARAÇÃO
O que chamam de lista de prejulgamento já é uma grande preparação, pois cada jurado tem entre 300 e 400 peças para ver antes de chegar em Cannes. Faz duas semanas que a organização do festival envia blocos de peças (cases) regularmente.
QUANTIDADE
Estou vendo entre 300 e 400 peças remotamente. Presencialmente vai depender do tamanho do shortlist, mas imagino que ao final dos trabalhos cada jurado deva ter visto entre 500 e 700 cases.
CATEGORIA
Se eu pudesse escolher uma categoria, seria exatamente essa. Ela, por natureza, permite um largo espectro de ideias e soluções. Por outro lado, é uma categoria que exige muito discernimento do jurado, pois se todas as peças inscritas têm, em si, o mérito de querer contribuir para um mundo melhor, o que está em jogo continua sendo a criatividade da ideia e não a simples boa vontade de quem a teve.
GRANDES IDEIAS
Eticamente não posso opinar sobre esta ou aquela peça, mas vi grandes ideias, entre elas, brasileiras.
HONESTIDADE
Acho que antes de mais nada uma marca precisa ser honesta, não mentir, não iludir o consumidor. Existe uma distância enorme entre ter um propósito e dizer que tem um propósito. Quando uma marca, qualquer que seja ela, tem de fato um propósito, ele não nasce em março ou abril e termina em junho do mesmo ano junto com o Festival de Cannes.