Autoestima e trabalho: a visão do mercado sobre as mulheres de 50+
Estudo "Cinquenta e Nada Mais" destacou que 64% das respondentes enfrentam dificuldades de entrarem no mercado de trabalho
O Coletivo 45+ e a Amarelo reuniram mais de 100 mulheres acima dos 40 anos para apresentar os dados do estudo "Cinquenta e Nada Mais", que mostra como as mulheres de 50 a 59 anos são vistas na sociedade. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (4), na Galeria Idea!Zarvos, em São Paulo.
Segundo o estudo, 81% das mulheres entrevistadas afirmaram que costumam ouvir que "não parecem ter a idade que tem", o que reflete a desatualização do repertório das pessoas sobre o que é uma mulher com mais de 50 anos.
"Muita coisa mudou em relação às gerações anteriores. Mas ainda há um descompasso entre a realidade e a forma como são representadas, narradas e imaginadas pela sociedade. As mulheres de 50 hoje são inéditas", afirmou Mariane Maciel, fundadora da Amarelo.
Na pesquisa também foi constatado que a maioria dos comentários etaristas (61%) partem de mulheres mais jovens, metade do percentual apurado entre homens da mesma faixa etária.
O estudo também apontou para qual lugar essas mulheres ocupam economicamente, uma vez que 77% das respondentes são responsáveis totalmente ou parcialmente pela renda familiar.
Além disso, os dados mostraram o desafio que essa parcela da população encontra na hora de buscar espaço no mercado de trabalho. De acordo com os resultados, 64% afirmaram que sentem dificuldade em serem contratadas ou aprovadas em processos seletivos, fazendo com que o índice de felicidade em relação a idade e autoestima sofram uma queda.
Especificamente sobre o mercado publicitário, Lara Magalhães, fundadora do Coletivo 45+, ressaltou que apenas 5% dos quadros das agências de publicidade são de profissionais acima de 50 anos e que 70% dos profissionais de criação nunca receberam sequer um briefing em que o público-alvo fosse essa faixa etária.
"Este estudo é um marco para o mercado, pois nos permite parar de generalizar todas as mulheres no 50+ e trazer assim mais visibilidade para o novo perfil que se formou nessa década", completou Lara.