Autoridades discutem pontos críticos da TV paga com propostas otimistas

A Feira e Congresso ABTA 2015 teve sua abertura oficial na tarde desta terça-feira (5), com a participação de autoridades do meio, que se reuniram para falar sobre as políticas setoriais e os desafios atuais do meio. Partiparam do debate o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Luiz Azevedo, o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende, o presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Manoel Rangel, e o presidente da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), Oscar Simões.

“Já são 64 milhões de brasileiros consumindo TV por assinatura. Se fosse um país, esse mercado já seria a 21ª população do mundo. Com essa 23ª edição da Feira e Congresso ABTA, buscamos levar para um número ainda maior de pessoas a TV por assinatura, a banda larga e seus produtos agregados. Apesar das conquistas, o setor está vivendo um momento difícil: enquanto entre 2010 e 2014 dobrou a base de assinantes para quase 20 milhões, este ano temos visto queda e isso representa uma preocupação para nós”, discursou Simões. “Mais de 4 milhões de brasileiros têm TV por assinatura de forma ilegal. Combater o furto de sinal e voltar a crescer são nossos principais desafios”, pontuou.

O discurso de crise no setor foi pontuado também por Rangel, que acredita em uma postura otimista para enfrentar os desafios. “O momento de dificuldade na economia do país apresenta seus primeiros sinais para o setor. Mas como lidar e reagir diante desse cenário? Sei que a tendência de todos é retardar planos que vinham se desenhando, mas será que essa é mesmo a melhor estratégia para um setor que precisa ainda muito investimento pelo Brasil afora? Aquele que não olhar para frente, corre o risco de perder investimentos”, disse.

O incentivo ao investimento no setor de TV por assinatura foi reforçado ainda por Rezende. Para o presidente da Anatel, deve-se apostar na competição e na simplificação regulamentária para que o meio possa crescer. “Esses conflitos existem hoje, mas são positivos, pois demonstram um mercado inovador”, acredita.

Medidas

De acordo com o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Luiz Azevedo, reunir representantes do mercado de televisão por assinatura, ministros e outras entidades relacionadas ao setor para debater medidas legais que possam diminuir as atividades irregulares no meio é uma proposta viável e que contribuiria para o desenvolvimento do meio. “Não me parece um assunto simples, mas uma ação conjunta pode encontrar formas de combater os crimes no meio, que impactam na arrecadação do estado e resultam em uma concorrência desleal no meio”, disse Azevedo.

Entre os pontos destacados em seu discurso, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, também ressaltou a importância de fortalecer a participação do Estado no setor – ponto que ele considera como um “desafio estratégico”. Ferreira disse ainda que é preciso ampliar o acesso a televisão por assinatura no Brasil, bem como garantir o desenvolvimento de novas tecnologias e aumentar investimentos em produções audiovisuais brasileiras.