Babel reforça conceito interdisciplinar de atuação
Sócio-diretor da Babel, há cinco anos no mercado, Julio Anguita diz que enxerga a operação muito próxima daquilo que estava previsto no projeto inicial: ter uma agência independente e com uma equipe experiente para ajudar os clientes que estão desenvolvendo o seu negócio e também para aqueles já estabelecidos no mercado com ideias criativas e originais. “E que possuem a capacidade de combinar a propaganda clássica com outras disciplinas ligadas à ativação de marca”, diz.
Afinal, apesar de ser predominantemente uma agência de publicidade (segundo o executivo, 90% do negócio é propaganda), a Babel também possui know how digital e promocional. Anguita é fundador de uma das maiores empresas da história do marketing promocional brasileiro, a Sight (hoje Momentum), criada em 1993. Seu sócio na Babel, Reginaldo Ferrante, também fez parte da operação durante oito anos, chegando à presidência. “Nascemos com o propósito de atender clientes que tenham a necessidade de acelerar seus processos de comunicação”, afirma Anguita.
Para o executivo, a expertise adquirida no mercado promocional conta bastante, mas o que vale mais hoje é a experiência da “comunicação de verdade”, preocupada com o branding, com o valor das marcas. “Queremos ajudar nossos clientes a enfrentar os desafios do dia a dia, levando projetos mais completos. Cito, por exemplo, Trifil, Dotz e China in Box: três clientes que sabem muito bem como usar nossa experiência. São empresas que possuem abrangência nacional, e precisam de uma experiência de marca muito forte. Com eles temos realizados um trabalho maduro, usando o meio de comunicação de massa aliado ao digital e a ações promocionais locais”, explica.
Anguita diz que o grande diferencial da Babel é ter dois sócios e uma equipe com uma capacidade de entendimento muito bem formatada da publicidade, internet e promoção. “Porque esse é o grande desafio da comunicação atual. Vemos por aí muitos anunciantes, com verbas enormes, que só fazem propaganda com suas agências. As demais disciplinas eles entregam para outros fornecedores. Nós estamos preocupados, desde o início, com o pensamento integrado”.
Digital
Julio Anguita define a comunicação digital, apesar de já estar no plano de mídia de qualquer anunciante, como um grande dilema. Porém, ao mesmo tempo, como uma oportunidade muito grande. “Eu divido esse meio em dois segmentos: um é a própria mídia online; e o outro, a forma de prover serviços e ferramentas para que os clientes possam, por meio de suas plataformas próprias, ativar seus negócios. E essa segunda parte ainda não está bem resolvida no nosso mercado”, acredita. “Criou-se o mito de que a web soluciona tudo, o que não é verdade. É uma nova fronteira conquistada, mas existe uma série de outras ferramentas, como ativação no PDV, entretenimento, eventos e a própria mídia de massa, que continuam sendo muito importantes”, acrescenta.
O trabalho nas redes sociais, na opinião dele, pode ser um “criador de problemas”. “Todo anunciante quer estar nas redes sociais, e ele tem razão de querer. Mas deve existir um meio de interação entre marca, produto e consumidor. Por isso alerto que, quando não é bem utilizado, o digital pode trazer um universo de problemas tão grande quanto são suas oportunidades. Além disso, alguns aspectos desse modelo, como tempo de retorno e pagamento do serviço, ainda não estão bem resolvidos”.
Eventos
Em relação aos grandes eventos esportivos que estão por vir, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, Anguita se diz cético. “São todos grandiosos, mas ainda não possuem uma plataforma de interatividade muito bem estabelecida. Fora que esses torneios chegam aqui engessados em relação à participação das marcas. A Fifa e o COI não dão tanta abertura para os anunciantes”. Já quanto aos megashows internacionais, cada vez mais presentes no país, o executivo diz que o patrocinador brasileiro ainda não sabe como extrair o máximo de potencial que este evento permite. “Falta interagir de forma mais consistente com o consumidor. E quem faz isso com eficiência no país, hoje, são os eventos proprietários”.
A Babel, aliás, acaba de ganhar a conta da Garoto — marca de chocolate — para um grande projeto de ativação para a Copa do Mundo, que deve ajudar na meta de crescimento estabelecida para o ano. “Estamos projetando um incremento de receita de 35% em 2013”, completa Anguita.