Bancos são os mais lembrados no patrocínio à cultura

As marcas Itaú (6%), Bradesco (5%), Banco do Brasil (4%), Petrobras (3%), Caixa (2%) e Coca-Cola (2%) foram as mais lembradas pelos paulistas como empresas que mais investem na cultura, segundo dados da pesquisa “Cultura em São Paulo: Hábitos Culturais dos Paulistas”, realizada pela JLeiva Cultura & Esporte com 8 mil moradores de 21 cidades no Estado de São Paulo, todas com mais de 100 mil habitantes. “O principal objetivo da pesquisa foi gerar informação para ser utilizada por produtores e agentes culturais. É uma área que não tem muita informação disponível, com exceção do cinema”, explicou João Leiva, diretor da empresa e idealizador do estudo.

Os resultados serão apresentados nesta semana, na Pinacoteca, em São Paulo. Além dos dados, o evento também contará com apresentação de seminários e debates. Também será lançado um livro com o resultado do estudo. Depois de São Paulo, a apresentação será feita em Campinas, Sorocaba e São José dos Campos, três importantes cidades do Estado.

Quando considerada apenas a cidade de São Paulo, a lista das empresas não apresenta muita diferença: Itaú (11%), Bradesco (7%), Banco do Brasil (6%), Petrobras (5%), Caixa (4%), Globo (3%) e Coca-Cola (2%) foram as mais lembradas na capital. “As respostas são um sinal de que existe uma percepção das empresas que investem bastante e há muito tempo em cultura”, concluiu o executivo.

Leiva defendeu que a pesquisa pode ajudar os patrocinadores a qualificar melhor os investimentos em cultura. “É fundamental um bom diálogo entre as empresas e a área cultural para que elas encontrem uma área de intersecção de interesses. Não acredito no investimento que esteja só de olho no produtor ou na empresa. O que tem sustentabilidade é o investimento que faz sentido para os dois lados”, afirmou Leiva.

A pesquisa apontou que a população com mais de 60 anos tem menos acesso à cultura. Entre os motivos está não ter companhia, problemas de saúde e dificuldade de mobilidade.

Entre eles, 44% não foram a bibliotecas, 52% não estiveram em cinemas, 46% não visitaram museus, 40% não compareceram ao teatro e 42% não frequentaram shows musicais, nos últimos 12 meses.

O cinema, por exemplo, atrai muito mais os jovens. Enquanto entre as pessoas de 12 a 15 anos 80% se disseram muito interessados na categoria; entre adultos com mais de 60 anos, apenas 25% têm um alto grau de interesse. “Nas outras opções, o interesse também cai de acordo com a faixa etária, mas é muito claro que o cinema é formatado para jovens”, disse Leiva.

A pesquisa também mostrou que as novas tecnologias estão impactando os hábitos culturais. Na busca por informações sobre programas culturais e de lazer, 46% dos entrevistados usam a TV e 40%, a internet e as redes sociais. No entanto, entre os entrevistados na faixa até 34 anos, a internet e as redes sociais já batem a TV. “A tendência é a internet crescer ainda mais”, disse Leiva.

Entre os resultados, também se verificou com o estudo que o cinema nacional está em um bom momento – 83% afirmaram assistir às produções brasileiras e mais de 200 títulos foram lembrados.

Já quando o assunto é música, o sertanejo é o preferido (44%), seguido por MPB (26%), rock (21%), gospel (18%), samba (17%), pagode (16%), pop (14%), forró (12%), funk (11%), dance (8%), clássica (8%) e rap (7%).