Beyond the line: Preciso mesmo de um evento?
Imagino que essa pergunta esteja permeando seus pensamentos no momento em que você planeja suas ações para 2015.
Os eventos têm ocupado lugar de destaque nos planos das mais diferentes empresas, mas é natural o questionamento da validade dos eventos presenciais nesse mundo cada vez mais virtual.
De fato, as interações virtuais estão cada vez mais amigáveis e acessíveis. Então, será que preciso mesmo estabelecer momentos de envolvimento presencial? Para responder a esta pergunta, vou destacar cinco pontos que me parecem fundamentais:
1– Tecnologia. O dia a dia envolve múltiplas interações através de telas. O dia especial também? Um evento não deve ser visto como uma atividade rotineira. Se queremos a atenção dedicada de um grupo de pessoas, sejam elas clientes, funcionários ou intermediários, precisamos tirá-las da sua rotina e gerar uma experiência realmente especial.
Será que conseguiremos isso virtualmente? Duvido. Por mais que a tecnologia esteja mais acessível e amigável, ela ainda não consegue reproduzir o contato pessoal, o olho no olho, o abraço…
2– Conteúdo. O que não falta é conteúdo. Temos disponíveis muito mais estudos, apresentações, treinamento, pesquisas e conteúdo em geral do que podemos absorver. Power points, planilhas e vídeos podem ser enviados para um grupo de pessoas num clique.
Mas será que isso basta para garantir a absorção de conceitos e conhecimento em geral por parte do público-alvo? Por mais que as técnicas de e-learning estejam cada vez mais avançadas, é muito pouco provável conseguirmos o mesmo efeito nas pessoas sem os recursos do “ao vivo”.
Não basta ter acesso ao conteúdo, é preciso provocar interações entre os participantes, é preciso envolver o público em torno de um objetivo comum. E você há de convir que não se faz isso facilmente através de uma tela. Se extrapolarmos o sentido de conteúdo para o entretenimento, é fácil perceber que as pessoas não vão a um show ao vivo, por exemplo, simplesmente para ouvir e ver o artista, elas vão também para curtir a experiência e principalmente as pessoas ao seu redor. Repara só: num grande show, uma boa parte da audiência está até de costas para o palco. Eles estão curtindo uns aos outros. O show é mais um pretexto para gostosas interações.
3– Congraçamento. Imagine um funcionário recebendo uma garrafa de vinho e uns snacks com o seguinte cartão: “Este ano não teremos nossa festa de fim de ano. Faça você mesmo a sua”. É até engraçadinho (não dá ideia…), mas você acha mesmo que o espírito de congraçamento, de integração, de união estará sendo trabalhado? Só um bom evento consegue gerar esse envolvimento.
4– Adequação. Há sempre um tipo de evento adequado para atingir cada objetivo. Há o evento ideal para demonstrar, vender, motivar, engajar, entreter, premiar, celebrar, lançar, envolver, treinar, confraternizar, integrar, cobrar e desenvolver relações. Quanto ao público-alvo, a possibilidade de adequação, sem dispersão, é igualmente ampla.
Podemos realizar eventos envolvendo apenas público interno, ou revendedores, ou jornalistas, ou líderes de opinião, ou público em geral, sejam jovens, crianças, profissionais, homens, mulheres ou qualquer outra segmentação desejada.
5– Custos. Eventos não fogem da lógica de meios de comunicação: quanto maior o alcance ou impacto, maior o custo. Há eventos milionários, mas capazes de gerar retorno de cinco ou mais vezes o seu valor em termos de visibilidade e repercussão. E há eventos que exigem muito poucos recursos e cumprem o seu objetivo específico com a mesma eficácia.
Enfim, se estes cinco pontos não foram suficientes para te convencer de manter os eventos como ações estratégicas do seu mix de ações, lembro que, de acordo com pesquisas realizadas pela Ampro (Associação de Marketing Promocional) e MPI (Meetings Professionals International), mais de 2/3 dos decisores pesquisados declaram que irão manter ou ampliar investimentos nessa área. Por isso, recomendo fortemente que mantenha eventos no seu radar. O seu concorrente deve estar fazendo o mesmo.
*Entre em contato com o autor, que é diretor de marketing do WTC, no email alexis.pagliarini@sheratonsaopaulowtc.com.br