Big data não substitui criação de conteúdo, diz Chuck Porter
O chairman e fundador da norte-americana Crispin Porter+Bogusky, Chuck Porter, defendeu que a criatividade nunca será superada por análises de dados, durante a palestra “Beyond Happiness”, apresentada no Festival do CCSP, nesta segunda-feira (22), na Cinemateca Brasileira em São Paulo (SP). “Eu respeito muito o big data, nós usamos o sistema analítico na agência. Só que o perfil pode ajudar em muita coisa, mas não consegue criar conteúdo. Se a ciência pudesse criar conteúdo todo músico seria John Lennon”, opinou.
Para Porter, o segredo para tornar um conteúdo viral é usar a fórmula “personalidades, participação e inesperado”. Ele apresentou um case da companhia aérea Turkish Airlines. No vídeo, o jogador de futebol Lionel Messi e o de basquete Kobe Bryant competem em número “selfies” que tiram durante as viagens que fazem para destinos atendidos pela empresa.
Segundo Porter, a internet está nos devolvendo a característica que nos foi tirada com a chegada do rádio, há cerca de um século. “Voltamos a ser uma sociedade que escreve e lê e deixamos de ser apenas ouvintes”, falou.
O criativo mostrou que os diferentes escritórios da CP+B pelo mundo usam uma dinâmica inspirada nas praças das cidades europeias na Idade Média, ideal para contar histórias, que consiste em fazer os profissionais se encontrarem. “Os diferentes departamentos não são um ao lado do outro. As pessoas têm de se mover para trabalhar e acabam se encontrando na praça. Fico com a impressão que quem fica mais em pé é quem mais trabalha”, disse Porter.