“Bluesman é resultado de um trabalho colaborativo”, dizem os CCOs da AKQA
Nesta quinta-feira (22) foi a vez dos brasileiros Hugo Veiga e Diego Machado, da AKQA, participarem do Lions Live 2020. Os criativos, que recentemente foram promovidos a chief creative officer (CCOs) globais da agência, comentaram sobre os desafios e curiosidades do case ‘Bluesman’, videoclipe produzido para o rapper Baco Exu Do Blues, que ganhou o primeiro Grand Prix em Entertainment Lions for Music para o Brasil em 2019.
“Bluesman é resultado de um trabalho colaborativo. Desde o primeiro momento em que conversamos com o Baco, ele disse que queria fazer algo grande e poderoso para a comunidade negra. Nossa ideia foi elevar a autoestima destas pessoas e trazer uma maior representação dessa cultura. O reconhecimento internacional é algo grandioso para Baco, como artista, para nós e todos os brasileiros. Estamos muito felizes em fazer parte disso e observar essa jornada”, diz Diego Machado, CCO global da AKQA.
Questionado sobre o que as marcas podem aprender com este trabalho, Hugo Veiga, CCO global da AKQA, revela que é preciso olhar mais com o coração do que com a razão. “Artistas influentes usam sua criatividade para ecoar a realidade do que está acontecendo no mundo, para se opor à intolerância, à injustiça e à desigualdade. Aprendemos muito com toda a interação que tivemos neste projeto. Aplicamos isso nas campanhas e nos desafios das marcas. Essa é a nossa maneira de trabalhar”, comenta.
O videoclipe, produzido pela Stink, desencadeou um debate importante sobre o racismo institucionalizado e inspirou um movimento nacional em que as pessoas se identificam com a mensagem.
“Como diretor preciso entender as ideias do artista e estar em sinergia com ele. Tenho que tentar entender a sua visão para contar a sua história. O álbum trazia como conceito a valorização da cultura negra. A ideia inicial era fazer um videoclipe com apenas uma música e acabamos fazendo um mix de três canções para trazer uma maior representação de pessoas pretas na tela”, ressalta Douglas Bernardt, diretor da Stink.
Geralmente, durante uma produção, o processo de casting e a produção de locação andam separadamente, mas neste caso as duas áreas estavam interligadas. “Não dá para fazer um clipe como este em uma agência. Era muito importante que as pessoas que fossem aparecer no vídeo, de fato, pertencesse ao lugar das filmagens. Quando encontramos a ‘ocupação’, observamos um mix de pessoas e locação que era muito autêntico para a história”, diz Marcella Feo, produtora da Stink.
Marcella também revela que houve uma preocupação com o local escolhido para a gravação. “Como não era uma locação onde você paga e vai embora, ficamos pensando em diversas formas de realizar uma troca que fosse boa e genuína. Lembro que havia uma sala principal onde realizamos muitas gravações e depois de tudo, nós reformamos ela. Foi uma forma agradecer o empenho de todo mundo que ajudou a construir a história”, finaliza.