Boa Vista assume gestão da Equifax Brasil e quer internacionalização
A brasileira Boa Vista Serviços, empresa que fornece informações para análise de risco de crédito, incorporou os ativos da americana Equifax no Brasil com o objetivo de ampliar a sua base de dados sobre o mercado de crédito. Com a operação, a companhia brasileira une sua plataforma de informações sobre pessoa física aos dados de pessoa jurídica da Equifax e anuncia planos de atuar em escala global. A marca Equifax desaparece e a da Boa Vista, que está na carteira da Publicis, deve ser fortalecida. “O que se buscou com a fusão foi disponibilizar nova oferta de serviços ao mercado. Ao unificar portfólio, queremos atender o mercado doméstico, mas estamos altamente capacitados a oferecer serviços em âmbito internacional”, afirma Dourival Dourado, presidente da Boa Vista.
Com a fusão, a estimativa é de que a companhia passe a deter entre 40% e 45% do mercado de informações de crédito no País, que gira cerca de R$ 2 bilhões anualmente. A operação também coloca a companhia como concorrente direta da Serasa Experian. Entre suas principais apostas, está auxiliar clientes na tomada de decisões, como instituições bancárias, que precisam de dados para ofertar crédito. “Desde a fundação da Boa Vista [novembro de 2010], ela carrega informações do varejo obtidas por meio de movimentos associativos. Esse é seu grande diferencial competitivo. Seus dados traduzem camada da população que não toma crédito de modo formal e não possui histórico bancário. Essa base de informações é uma fonte para as instituições decidirem sobre concessão”, aponta.
Os ativos da Equifax aportados na Boa Vista alteraram a composição societária da empresa brasileira. Agora, a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), controladora da Boa Vista, passa a operar 60% das ações da companhia. O fundo de private equity TMG Capital, gestor da empresa, detém 21% dos ativos. A Equifax fica com 15% e as entidades Associação Comercial do Paraná, Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro e Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre passam a gerenciar, juntas, 5% dos ativos.
por Keila Guimarães