Bombril vê hipocrisia na polêmica sobre propaganda

“Olha como esse país, às vezes, é hipócrita. O filme só coloca as mulheres brincando com o público masculino”, afirma Marcos Scaldelai, presidente da Bombril, sobre a polêmica envolvendo o novo comercial da marca. A Bombril foi parar no Conar por ter recebido denúncias de homens ofendidos com a piada feita por Ivete Sangalo, Dani Calabresa e Monica Iozzi, protagonistas da campanha. Até a última quarta-feira (12), o conselho havia recebido 15 queixas de homens que reclamaram de “discriminação de gênero” e consideraram a campanha “uma ofensa à figura masculina”.

No filme, criado pela DPZ&T,  as protagonistas afirmam que “toda brasileira é uma diva”. Ivete faz a seguinte afirmação: “A gente arrasa. Arrasa no trabalho, faz sucesso o dia todo e ainda deixa a casa brilhando”, Logo depois, os homens são comparados com as mulheres: “Ixe, esses daí nem com todos os produtos da Bombril para ajudar na casa”. Calabresa, então, diz que dá pra comprar sim: “Toda mulher é uma diva, e todo homem é ‘diva-gar’ [devagar]”.

De acordo com Scaldelai, desde 2011 a marca tem feito campanhas que defendem a valorização da mulher. Por estarem no mercado de trabalho, 40% das mulheres já assumem  as despesas da casa, explica o presidente. “Fizemos esse trabalho sem a intenção de denegrir a imagem de alguém. É uma brincadeira que ocorre no dia a dia. Se fosse sério, colocaríamos a Fátima Bernardes e não a Ivete com outras duas humoristas”, explica Scaldelai.

Nas redes sociais, algumas mulheres também criticaram a campanha, acusando o comercial de ser machista por reforçar a imagem de que é a mulher quem cuida da casa. No entanto, Scaldelai afirma que as mulheres queriam se ver nas propagandas e, por isso, a partir de 2011, elas entraram como protagonistas das campanhas. “O filme continua, ainda não fomos notificados pelo Conar”, afirma.

Essa é a segunda vez que um filme da Bombril vai parar no Conar. Na outra ocasião, Marisa Orth, Dani Calabresa e Monica Iozzi comparavam os homens a cachorros, sugerindo que eles fossem adestrados.

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