Brasil deve crescer 1% neste ano
A meta do governo Lula é que o Brasil cresça 1% neste ano, conforme declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante o V Fórum Globo News, realizado nesta segunda-feira (8) no Hotel Unique, em São Paulo.
Segundo o ministro, a crise econômica deve ser vista como uma oportunidade porque o mercado interno está crescendo e deixando de ser dependente do mercado externo. “Esta crise foi um teste de stress para os países que tiveram a oportunidade de mostrar quais estão bons. E o Brasil está entre os melhores, com condições muito favoráveis. Foi um dos últimos a entrar na crise e será um dos primeiros a sair dela”, afirmou Mantega, que atribuiu à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a responsabilidade, dentre outras medidas, para a estabilização e até o crescimento nas vendas das indústrias automobilísticas e de bens de consumo. Porém, afirmou que esta medida acaba no fim deste mês.
Em contrapartida, o economista José Roberto Mendonça de Barros disse que o crescimento do País neste ano será nulo e até falou em uma segunda queda na economia mundial. “Há os otimistas que ficam com a letra U: a economia estava estável, caiu e agora se recupera. E tem os realistas, que trabalham com a letra W: que é o medo de uma segunda queda, pois ainda tem muita coisa ruim acontecendo. A Europa ainda está no início da crise e vai
piorar”, analisou Barros.
Já Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau, concorda que o governo agiu de forma eficiente para combater a crise através não apenas da redução do IPI, mas também, com a pressão para a redução do spread bancário e com programas de incentivo habitacional. Porém, criticou a dependência que o País tem do mercado internacional. “Hoje, o maior problema do Brasil é o mercado internacional. Só a indústria tem uma dependência de 25% sobre a produção. E os países que mais sofreram com esta crise, que são Japão e Alemanha, tinham uma participação internacional muito grande. Por isso, precisamos fazer uma re-análise da cadeia de produção para ver como enfrentar as importações e exportações”, opinou o empresário.
Por Maria Fernanda Malozzi