Brasil leva dois Lápis amarelos no D&AD 2014
“Retratos da real beleza”, da Ogilvy Brasil para Dove, levou os dois únicos Lápis Amarelos brasileiros na 52ª edição da competição de propaganda e design inglesa D&AD, cuja entrega acontece nesta quinta-feira (22), em Londres. O trabalho venceu em Digital Marketing (na subcategoria Online Branded Films) e em Integrated & Earned Media (subcategoria Integrated).
A performance é inferior à do ano passado, quando o país levou quatro Yellow Pencils, depois de classificar oito Nominations e 18 posições em In Book. Este ano, o Brasil classificou mais trabalhos: teve 26 posições de In Book (trabalhos incluídos no Anuário do D&AD) e 11 Nominations (indicações a Lápis), tornando-se o quarto país com maior número de classificações – atrás apenas de Inglaterra (179), Estados Unidos (118) e França (48).
A Ogilvy foi uma das agências brasileiras de maior destaque na competição: “Retratos” levou quatro Nominations e dois “In Book”. Na categoria Integrated & Earned Media, o jurado brasileiro foi Fernando Campos, sócio e diretor de criação da Santa Clara, que saiu de Londres satisfeito com o resultado. A brasileira Fernanda Romano, sócia da Naked Brasil, presidiu o júri de Digital Marketing.
Este ano a premiação cobriu 24 categorias e, pela primeira vez, teve 11 jurados brasileiros – sendo três presidentes: além de Fernanda Romano, Anselmo Ramos (então vice-presidente de criação da Ogilvy Brasil e hoje na David, em Miami) em White Pencil; e Luiz Sanches, sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, em Press Advertising.
Digital Marketing: Brasil tem muito a aprender
Em Digital Marketing – uma das categorias mais volumosa do D&AD –, além do Lápis Amarelo para Dove, o Brasil classificou quatro trabalhos, escolhas foram feitas por um júri “maduro”, segundo definiu Fernanda Romano, referindo-se ao perfil nada naive ou de “gueto do digital” que ela costuma encontrar pela frente. Fernanda diz ter observado em Digital Marketing – que ela prefere definir como “plataformas digitais” que pensam em “sociedade conectada” – três fenômenos.
O primeiro deles é que finalmente a infraestrutura está resolvida para que o vídeo tenha alta qualidade nesse mundo. “‘Online video’ explodiu como categoria. Vimos uma variedade enorme”, comentou, e faz uma crítica direta ao Brasil nesse ponto. “O Brasil não é incrível em televisão e não está sabendo migrar para vídeo online. É uma categoria competitiva em que o Brasil não sabe brincar muito bem, com poucas exceções”, disse.
O segundo fenômeno é que no mundo inteiro as pessoas estão deixando de se encantar com a tecnologia, para dar atenção ao conteúdo, ao que é humano, à ideia. O terceiro fenômeno é o foco – das mensagens que se colocam no mundo – em causas e mudanças de comportamento. “Não é só awareness ou fechar uma venda. É mudar comportamentos. Há um trabalho imenso de construção de ecossistemas e plataformas para provocar mudanças de comportamento. É grandioso, ainda que seja pequeno”, diz.
Mais uma crítica que ela faz ao Brasil é manter o digital “departamentalizado” – tanto nos clientes quanto nas agências. Isso está pelo menos oito anos atrasado em relação ao resto do mundo, ela garante.