Brasileiros estão mais atentos para a preservação do meio ambiente
Segundo o estudo ‘Who Cares, Who Does?’, realizado pela Kantar, o brasileiro aumentou a sua preocupação com a preservação do meio ambiente. Dados revelam que a atenção com o desmatamento, por exemplo, aumentou em 10% e a responsabilidade com o desperdício de água em 9%, quando comparados aos números de 2019.
O conceito de sustentabilidade está na pauta das empresas há alguns anos, mas parece que só agora as pessoas passam a cobrar uma maior responsabilidade das indústrias. Entre os entrevistados da pesquisa, as marcas Natura, Coca-Cola, Ypê, Bimbo e Omo foram apontadas como as mais sustentáveis do mercado.
“A Natura tem um compromisso histórico com a sustentabilidade, que é um dos pilares de atuação da marca. A causa da conservação da Amazônia, por exemplo, faz parte da história da marca e, agora como parte do grupo Natura & Co, intensificamos nossas metas. Atualmente, a Natura preserva 1,8 milhão de hectares de terra, uma área equivalente à metade da Holanda. O grupo terá como objetivo contribuir para a preservação de três milhões de hectares até 2030, promovendo esforços coletivos para garantir o desmatamento zero da Amazônia até 2025”, diz Maria Paula Fonseca, diretora global da marca Natura.
A executiva ainda relembra que a Natura foi a primeira marca brasileira de cosméticos a adotar refis em seus produtos. “Desde 1983, oferecemos refis dos nossos produtos. Com isso evitamos o descarte diário do lixo equivalente à quantidade produzida por 4,7 milhões de pessoas”, completa.
O compromisso com o lixo plástico também é um dos pilares da Ambev, que tem o objetivo de eliminar o resíduo de suas embalagens até 2025. “Sabemos que não existe uma única solução, então estamos trabalhando em diversas frentes, tais como reduzir e/ou substituir o uso do plástico nas embalagens – como no caso da substituição de itens plásticos das embalagens de Stella Artois e Corona por papel-cartão -, usando novas tecnologias tanto para tornar o plástico reciclável, quanto para biodegradação do plástico sem prejuízo ao meio ambiente. Essas iniciativas são sempre desenvolvidas com apoio de parceiros, que incluem fornecedores, cooperativas de reciclagem, startups e universidades”, ressalta Carolina Santos Pecorari, diretora de Sustentabilidade da Ambev.
Outra iniciativa da companhia está na fábrica de latas que foi inaugurada em setembro na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais. Os espaço terá foco na produção do alumínio para o envase de bebidas das marcas próprias. “Todo o alumínio usado na produção da fábrica é brasileiro, sendo que 75% é reciclado. A iniciativa não só tem impacto ambiental bastante positivo, porque o alumínio é amplamente reciclado no Brasil, sendo que 97% das latas são recicladas -, além de ter um impacto social significativo, já que a reciclagem é fonte de renda para cerca de 800 mil famílias brasileiras”, reforça Carolina.
Já a Samsung reforça que está engajada em iniciativas voltadas para uma economia circular. “Materiais descartáveis como plástico e vinil estão gradualmente sendo substituídos. A nova TV The Sero traz a Eco-Package, uma embalagem reutilizável que pode ser transformada em diversos objetos. É uma forma de reaproveitar um material que seria descartado. A Samsung está diminuindo também a quantidade de recursos naturais necessários para a produção, reduzindo gases de efeito estufa e poluentes da incineração de resíduos e evitando a contaminação do solo e da água do subsolo causada por aterros sanitários”, comenta Mario Laffitte, vice-presidente de relações institucionais da Samsung na América Latina.
Ainda segundo o executivo, criar produtos duradouros e de qualidade também ajudam na sustentabilidade. “Fortalecemos a durabilidade dos nossos produtos com uma série de testes. Além disso, a linha de smartphones Galaxy S20 recebeu o Selo Colibri, que é a certificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas para produtos eletroeletrônicos que oferecem menor impacto ao meio ambiente. Nossos produtos contam ainda com tecnologias desenvolvidas para gerar uma maior economia de energia, como o compressor Digital Inverter, presente em produtos como geladeiras, máquinas de lava e seca e aparelhos de ar-condicionado”, diz.
O que espera o consumidor?
Recentemente, ao anunciar o iPhone 12, a Apple revelou que o novo smartphone da marca – que chega em quatro versões – não trará carregador de bateria e fone de ouvido em sua embalagem. Os acessórios serão vendidos separadamente, caso o usuário não tenha as peças dos modelos anteriores. A medida, segundo a empresa, visa a preservação do meio ambiente e vai reduzir as emissões de carbono, evitar a mineração e o uso de materiais preciosos.
“Foi um tiro que saiu pela culatra. Sustentabilidade não é um atributo de valor para empresa de tecnologia. Na verdade, em um esforço para manter preços competitivos em um mercado estagnado em novidades, a Apple optou por retirar itens do pacote do produto. Para justificar esta retirada optou por valorizar o atributo de sustentabilidade”, comenta Marcelo Boschi, coordenador do MBA em marketing estratégico da ESPM Rio.
Com a polêmica nas redes sociais, a Apple salienta que a grande maioria dos consumidores já possui os acessórios compatíveis com o iPhone 12, mas a realidade é um pouco diferente. “Nem todo mundo possui o carregador de tomada compatível com a nova geração. Em 2019, apenas o iPhone 11 Pro e o iPhone 11 Pro Max traziam o componente na caixa. Ou seja, só os consumidores que têm estas versões ficarão despreocupados e não precisarão pensar em comprar um carregador à parte”, diz Thássius Veloso, editor e comentarista da TechTudo, CBN e GloboNews.
Outra iniciativa que chamou a atenção das pessoas, desta vez, de forma mais positiva, foi a união da Natura com a Heineken durante o Rock in Rio 2019. Juntas as empresas fizeram uma ação de reciclagem onde os copos de cerveja utilizados pelo público do festival foram transformados em embalagens da marca. “Essa parceria inédita possibilitou que 10 toneladas de copos plásticos dessem origem a 670 mil unidades de tampas do novo desodorante de Natura Humor e evitou a emissão de 15 toneladas de CO2 no meio ambiente”, comenta Maria Paula.
As transformações do mercado mostram que hoje o consumidor está mais exigente e busca por marcas que se conectem com os seus valores e cotidiano. “Quando se trata de sustentabilidade, percebemos que eles esperam que as marcas tenham práticas claras de sustentabilidade e que comuniquem essas ações com transparência. Além disso, os consumidores ajudam na condução e desenvolvimento de muitas atitudes sustentáveis, com isso, é preciso trabalhar para a cada dia comunicarmos nossas iniciativas e termos um canal aberto com eles, para assim, conseguirmos responder aos anseios dos consumidores que cobram as marcas em relação ao assunto e querem saber se elas estão cumprindo apenas requisitos exigidos ou se visam impactar positivamente o meio ambiente além do esperado”, conta Carolina.
Laffitte reforça que é cada vez mais forte no perfil do consumidor uma cobrança para que a marca demonstre uma visão de longo prazo e, assim, mostre que não se preocupa com a sustentabilidade apenas em momentos oportunos. “As pessoas procuram na personalidade da empresa iniciativas de cidadania, sustentabilidade e inovação, se abraça causas sociais, como diversidade e inclusão. Em 33 anos no Brasil, a Samsung sempre colocou as pessoas no centro das decisões e desenvolve um exercício frequente de empatia. É importante agir com contribuições consolidadas para transformar a sociedade, ciente de que cada empresa que tem sua marca valorizada por ações inspira e gera outras iniciativas que contribuirão diretamente na transformação do país”, finaliza.