Brexit virou desafio e oportunidade para a campanha 'Great Britain'

‘Great Britain’ é a mais ambiciosa campanha de marketing internacional realizada pelo Governo Britânico. O projeto nasceu como estratégia para incrementar os empregos e a economia no Reino Unido, valendo-se de estratégias de marketing, RP, branding, influenciadores, publicidade focada em turismo, diplomacia e poderosas negociações comerciais. Seu lançamento foi um pouco antes dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Trata-se, portanto, de uma marca relativamente jovem, sobre outra marca de dois mil anos, claro. Para manter-se forte, muda constantemente e em cada lugar surge de maneira diferente.

O momento atual – que possivelmente definirá o futuro da campanha – é de análise dos efeitos do Brexit em várias esferas. Conrad Bird, diretor da campanha, afirma que há desafios e oportunidades. Se, por um lado, muitos investimentos entraram no modo “pause”, por outro, o volume de turistas no país aumentou por conta da queda no valor da libra.

“Tudo ocorreu de maneira inesperada. Mas há oportunidades, como o fato de o Reino Unido ter se tornado financeiramente mais viável como destino de turismo, por exemplo, para alguns países como Estados Unidos. As reservas aumentaram. E estamos encorajando os britânicos a não saírem do país neste verão, mas viajarem dentro do país”, disse.

Com a moeda mais acessível, o país torna-se melhor destino também para estudos e há esforços específicos para divulgar que estudantes estrangeiros continuam sendo muito bem-vindos ao país. O maior desafio, segundo Conrad, é a percepção global do Reino Unido.

“É cedo para avaliar quaisquer mudanças de percepção. Estamos realizando pesquisas, ouvindo o que as pessoas estão dizendo. O que me preocupa, no longo prazo, é a percepção do Reino Unido como uma nação aberta e acolhedora. E percepções se constroem ou mudam ao longo do tempo”, revelou.

Segundo Conrad Bird, o maior mérito da campanha é unificar os métodos de promoção do crescimento internacional de diferentes departamentos governamentais e de empresas do setor privado. Para ele, é difícil mensurar os resultados de uma campanha com tais dimensões, mas há várias estatística positivas.

“Tem valido a pena: 2,1 bilhões de libras esterlinas investidas e 2,3 bilhões sendo validadas. É um retorno considerável e o percentual de pessoas que de fato tiveram contato com a campanha e passaram a considerar investir, estudar e visitar o Reino Unido cresceu algo em torno de 10% a 16%. É vantajoso para qualquer empresa inglesa valer-se da marca Great Britain”, disse. Várias marcas vêm se vinculando à campanha, como British Airways, Virgin, Jaguar, Land Rover e BBC, entre muitas outras. Os cinco principais focos da comunicação são turismo, educação, comércio, investimentos e exportação.

A campanha Great Britain tem realizado eventos em mais de 144 países no mundo. O CEO do Conselho que representa o setor privado na campanha é o CEO do grupo WPP, Martin Sorrell.

As duas principais agências envolvidas são Rainey Kelly Y&R London (do grupo WPP) e a independente Engine Creative. Há ainda fornecedores do mundo digital, do design e boa parte do trabalho é feito internamente. Quem cuida da mídia é a Carat.