C-Levels contam quais são as barreiras para adoção de práticas de DE&I
Estudo do Data-Makers, em parceria com a CDN, ouviu o que CEOs e CMOs pensam sobre diversidade, equidade e inclusão
O Data-Makers, em parceria com a CDN, lançou a segunda edição do estudo 'DE&I e Líderes de Negócios' em que 100 CEOs, CMOs e outros executivos C-Levels brasileiros, de diversos segmentos, revelam o que pensam e como suas empresas se movimentam em relação às práticas de diversidade, equidade e inclusão.
De acordo com o levantamento, quase um quarto dos executivos declarou ter conhecimento avançado sobre DE&I, representando um crescimento de 33% em relação ao ano passado. 57% dos líderes afirmaram que o tema é extremamente importante para os negócios, ante 55% em 2023.
Além disso, três entre dez executivos acreditam em aumento dos recursos disponíveis para iniciativas DE&I nos próximos 12 meses, um crescimento de 2% em comparação a 2023. O dobro dos entrevistados, 60%, acredita em uma manutenção, ante 51% no ano passado.
Saturação do tema
Segundo o levantamento, os líderes de negócios seguem com a crença de que o tema DE&I é subestimado, porém essa percepção tem diminuído ano a ano, com redução de 19%, em comparação com 2023.
Entretanto, o pensamento de que o tema é superestimado aumentou consideravelmente saindo de 14% para 23%, evidenciando uma possível saturação da pauta. Outro dado importante é que os líderes de negócios passaram a avaliar a atuação DE&I de suas empresas de forma mais positiva. Mais de um quarto qualificou seus movimentos na área como excelentes, um crescimento de 37% em relação ao ano passado.
Barreiras para adoção de práticas DE&I
Ainda de acordo com a pesquisa, a dificuldade na contratação de profissionais preparados (45%) e a falta de priorização (34%) seguem como as principais barreiras para a adoção de práticas DE&I. Assim como em 2023, os executivos reconheceram a "contribuição para a sociedade" como principal incentivo, com 64% das menções e "atração e retenção de talentos" foi apontado por 57% dos entrevistados, subindo três posições, de quinto para segundo principal atributo.
Avanço na estrutura de tomada de decisão
O estudo ainda sugere uma tímida mudança em relação à estrutura de tomada de decisão das empresas para o tema DE&I. Nesse quesito, CEOs seguem como principais decisores, em um aumento de 35% para 39%, podendo ser interpretado como uma falta de especialistas na empresas.
Por outro lado, embora ainda em minoria, estruturas mais sofisticadas de tomada de decisão relacionadas a diversidade, equidade e inclusão aumentaram em relação ao ano passado. Comitês interdisciplinares e áreas DE&I cresceram quatro e três pontos percentuais respectivamente.
"O estudo acende uma luz amarela em relação à evolução de DE&I no Brasil, já que vemos crescimento discreto em indicadores-chave como importância declarada do tema, expectativa de investimentos e evolução da estrutura de tomadas de decisões. Ao mesmo tempo, há evidências de saturação da temática, que concorre com outras pautas prioritárias na agenda dos executivos", diz Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.
Visão dos CMOs
A Data-Makers também lançou o segundo estudo da série Data-Marketing Leaders, apresentada ao mercado em 2024. Chamada 'DE&I e líderes de marketing', a pesquisa contou com a participação de 106 CMOs de diversas áreas. 79% dos entrevistados avaliaram o tema como "importante ou muito importante", porém apenas 21% afirmaram ter conhecimento profundo sobre o assunto.
Segundo a pesquisa, pouco mais de um terço (36%) avaliou de forma positiva o conteúdo publicitário sobre os aspectos de diversidade, equidade e inclusão. A maioria descreveu a atuação de sua comunicação nesse sentido como razoável. Para a promoção de anúncios publicitários inclusivos, os principais pontos de fricção que os executivos relatam são: visões estereotipadas sobre diversidade (65%), acusações de greenwashing (34%) e aceitação dos consumidores (31%).
Embora um quarto dos CMOs projetem um aumento nos aportes de sua área para a promoção de DE&I (24%), a tendência é de estagnação, uma vez que quase metade (48%) indica um investimento no mesmo patamar. Como contraponto, apenas 5% indicam uma retração na verba para apoio ao tema. Há ainda bastante indefinição sobre esse horizonte, já que 24% disseram ainda não saber o nível dessa projeção de recursos.
"Por um lado, é animador saber que quase 80% dos CMOs consideram o tema importante ou muito importante, mas, por outro, há um forte sinal de alerta com o baixo índice de conhecimento profundo sobre o assunto, e com os investimentos na área. Para garantir mais diversidade e inclusão, ações concretas são imprescindíveis", afirma Otavio Dias, CEO da Repense, agência que tem parceria com a Data-Makers para a série Data-Marketing Leaders.
(Crédito: Foto de Scott Graham na Unsplash)